Sustentabilidade e remuneração dos CEO cada vez mais associadas

Estudo refere que 78% das empresas já utilizam resultados e métricas de sustentabilidade para o cálculo da remuneração dos seus quadros superiores

Sustentabilidade e remuneração dos CEO cada vez mais associadas

Um novo estudo da KPMG revela que um número crescente de empresas está a associar as métricas de sustentabilidade à remuneração dos seus executivos. Foram analisadas 375 grandes empresas cotadas em bolsa em 15 países para a elaboração do relatório “Incentivizing long-term value creation: Linking sustainability metrics to board members' pay” que analisa a incorporação dos resultados de sustentabilidade e ESG na remuneração dos administradores das empresas.

Este estudo revela-nos que 78% das empresas analisadas associam a remuneração dos seus executivos ao desempenho da sustentabilidade. Além disso, 88% das empresas que definem objetivos específicos de sustentabilidade na remuneração do conselho de administração, alinham-nos com as prioridades do seu negócio. Os objetivos de sustentabilidade mais adotados estão relacionados com as alterações climáticas e com os recursos humanos da própria empresa, muitas vezes alinhados com tópicos ESG relevantes para os seus negócios.

Em comunicado, Pedro Q. Cruz, ESG Coordinator Partner da KPMG Portugal comenta que “os resultados deixam claro que a ligação da remuneração dos executivos ao desempenho em matérias de sustentabilidade está a tornar-se cada vez mais generalizada nas maiores empresas do mundo. Embora existam algumas diferenças regionais, há uma tendência global consistente, que reflete o papel crucial que os CEO desempenham na orientação de uma empresa para a criação de valor a longo prazo. Esta é uma tendência que não deverá ser exclusiva das grandes empresas, sendo importante que se possa estender também às PME. O ponto de partida deve ser um pequeno número de indicadores de desempenho que sejam mensuráveis, de fácil identificação, significativos e decisivos para melhorar o desempenho de sustentabilidade de uma empresa”.

Embora a maioria das empresas associem a sustentabilidade a objetivos de curto prazo, os investidores esperam, em geral, ver um equilíbrio entre os objetivos de curto e de longo prazo. Este relatório também destaca uma diferença geográfica significativa na adoção de remuneração ligada às métricas de sustentabilidade. As empresas da UE são mais suscetíveis de utilizar estas medidas do que as de fora da UE, apesar de o Reino Unido e a Austrália ocuparem o segundo e o terceiro lugar no ranking das 25 maiores empresas. Isto mostra que, mesmo para além dos requisitos regulamentares da UE em matéria de comunicação de temas de ESG e sustentabilidade, as empresas estão a adotar uma abordagem mais ambiciosa para consolidar as temáticas de sustentabilidade na sua organização e nas ações dos seus gestores.

Em média, os países fora da UE estão menos alinhados do que os países da UE. Uma média de 7,5 empresas em países não pertencentes à UE alinham totalmente as métricas de sustentabilidade com a remuneração do conselho de administração, em comparação com 8,7 empresas nos Estados-membros da UE.

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