União Europeia pondera taxar gigantes tecnológicas caso falhem negociações com Trump

Ursula von der Leyen admite ao Financial Times que a União Europeia poderá avançar com taxas sobre empresas como Google e Meta se não houver acordo comercial com Washington

União Europeia pondera taxar gigantes tecnológicas caso falhem negociações com Trump

A União Europeia está pronta para recorrer às suas ferramentas comerciais mais fortes para aplicar impostos às empresas digitais norte-americanas, como Google e Meta, caso fracassem as negociações com a administração de Donald Trump.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou ao Financial Times que a Europa pretende alcançar um acordo equilibrado com os Estados Unidos, mas está preparada para agir se tal não for possível.

Durante a pausa de 90 dias anunciada por Trump na imposição de novas taxas, Bruxelas espera que haja margem para diálogo. No entanto, Von der Leyen deixou claro que, se não houver avanços, a UE poderá alargar significativamente o conflito comercial transatlântico, incluindo a introdução de um imposto sobre receitas de publicidade digital, com impacto direto em empresas como a Meta e a Alphabet, empresa-mãe da Google.

Para a responsável europeia, o atual cenário representa uma mudança estrutural no panorama do comércio internacional. “É um ponto de viragem com os Estados Unidos, sem qualquer dúvida”, sublinhou Von der Leyen, acrescentando que a relação comercial nunca mais vai voltar ao ponto de partida.

A líder europeia revelou ainda que Bruxelas tentou anteriormente negociar com Washington, mas foi instruída a aguardar até ao anúncio feito por Trump a 2 de abril, data em que foi imposta uma taxa de 20% sobre produtos da UE. Segundo Von der Leyen, a Comissão está atenta ao impacto destas medidas e preparada para responder.

No que diz respeito ao risco de uma guerra comercial global, Von der Leyen assegurou que a UE não vai permitir que produtos chineses, sujeitos a taxas norte-americanas, inundem o mercado europeu. Para dar resposta, Bruxelas está a desenvolver um sistema de monitorização de importações e poderá aplicar medidas de proteção caso se verifique um aumento significativo na entrada de produtos oriundos da China.

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