O estudo "Walk With Me", da Sage, analisou as principais caraterísticas, atitudes e comportamentos dos millennials empreendedores em todo o mundo
Ao todo, foram auscultados 7.400 empreendedores, com idades compreendidas entre os 18 e os 34 anos, oriundos de 16 países diferentes, entre eles Portugal, Brasil, Austrália, Bélgica, Singapura, Suíça, EUA, Reino Unido, França, Espanha, Alemanha, África do Sul, Canadá, Irlanda, Nigéria e Polónia.
Entre as principais motivações dos jovens empresários portugueses inquiridos neste estudo encontra-se o desejo de obter independência (40%), tornar uma ideia de negócio em realidade (25%). Cerca de 70% pretendem deixar um legado de que as pessoas se lembrem e 69% apenas querem fazer o bem.
Apesar das variações existentes nos comportamentos desta geração entre os vários países, o estudo mostra que estes líderes de negócio têm determinadas caraterísticas que os classificam em cinco tipos de personalidades no local de trabalho. Assim, os "planificadores, caraterizam-se por serem extremamente metódicos na sua abordagem de trabalho, gostam de planear o sucesso de forma cautelosa; os "tecnológicos" adoram o que fazem e simplesmente não querem estar sentados de braços cruzados, acreditam no poder e eficiência da tecnologia inovadora para se manterem um passo à frente da concorrência; os "exploradores" distinguem-se por serem ousados, confiam nos seus instintos e mantém-se fiéis às suas armas. Para eles, uma imagem moderna é de extrema importância, porque deixa um legado que todos irão recordar.
O estudo identifica ainda os "realistas", que são criativos mas acreditam, acima de tudo, na tecnologia como forma de atingir o sucesso, tornando-os num misto de intuitivos com metódicos. Os "aventureiros" estão sempre em busca de novos desafios, aborrecem-se facilmente e não se preocupam com as aparências. Trabalham melhor entre outros e acreditam que o impacto social é sobrevalorizado.
Maria Antónia Costa, country manager da Sage, comenta “Os jovens empresários da geração Millennial estão a agitar o mercado económico e empresarial. Estão a rejeitar os padrões de trabalho estabelecidos e têm tornado a tecnologia útil e indispensável ao seu negócio. Estes jovens olham para os negócios através de uma nova perspetiva e estão dispostos a trabalhar arduamente para o sucesso. Mas, ao mesmo tempo, procuram ter flexibilidade para decidir como, quando e com quem fazem negócio”.
O estudo verificou também que os inquiridos em países como a Suíça (24%), Austrália (20%) e França (19%) admitem que a felicidade dos seus colaboradores é o que lhes dá motivação para irem trabalhar. Em Portugal, a principal motivação é o sucesso do negócio (35%), seguido do gosto pelo seu trabalho (20%) e pela satisfação dos colaboradores (14%). Já a vontade de fazer muito dinheiro e reformar-se cedo (10%) surge apenas como quarto motivo.
Quanto ao equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional, 75% dos jovens empreendedores portugueses valorizam a sua vida pessoal em vez do trabalho. Também em Espanha (79%), Singapura (73%) e Brasil (71%) reduzir o tempo de horas no trabalho e sair cedo é um fator indispensável.
Os jovens mostram-se otimistas, sendo que 59% dos portugueses acreditam que irão iniciar mais do que um negócio no decorrer da sua vida – sendo o principal motivo terem muitas ideias para colocar em prática (50%). Quanto ao entusiasmo pelo negócio, 93% afirmam sentir a mesma satisfação de quando começou – dos 7% que afirmam estar desmotivados, culpam principalmente os processos burocráticos.
Quando questionados sobre os principais fatores que influenciam o bom desempenho do negócio, as opiniões dividem-se, enquanto 32% afirmam ser a tecnologia utilizada, simples e fiável, 28% admitem serem as pessoas inseridas numa equipa de confiança.
“Os empresários Millennials desempenham um papel importantíssimo na economia start-up e estão a moldar os locais de trabalho atuais a um grande ritmo,” explica Stephen Kelly, CEO da Sage. “Mas não podem ser agrupados juntos como um estereótipo homogéneo. A nossa pesquisa mostra que eles se focam em campos com esperanças, receios e preocupações e formas de trabalhar específicas. Estes jovens serão a nossa próxima geração de criadores de negócios, os heróis da economia, e perceber o que os move agora coloca-nos numa boa posição para o futuro. Isto aplica-se essencialmente às pessoas que querem fazer negócio com eles, adquirir algo deles, contratá-los ou criar políticas que os ajudem a crescer".