No seu discurso sobre o Estado da União, o Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Junker, enumerou cinco prioridades para o próximo ano. Entre estas prioridades, encontra-se a criação da agência Europeia de Cibersegurança
No seu primeiro discurso do Estado da União, após o “divórcio” com o Reino Unido, o Presidente da Comissão, Jean-Claude Junker, estabeleceu cinco prioridades da Europa para o ano de 2018, todas visando uma maior integração do projeto europeu em áreas onde Londres exercia maior resistência.
Uma das cinco prioridades é a proteção da Europa Digital, o que inclui a criação de uma Agência Europeia para a Cibersegurança.
O tratamento da Cibersegurança como uma prioridade política dentro da União Europeia é uma novidade. Neste momento, apenas existe, ao nível da colaboração policial entre estados membros, o European Cybercrime Centre (EC3) criado em 2013 no âmbito da Europol.
Não é claro ainda o alcance desta nova agência a criar em 2018. O único possível equivalente civil em funcionamento no ocidente é a National Cyber Security Division, que é parte da Federal Homeland Security.
Este sinal de reconhecimento político ao mais alto nível de que a cibersegurança é hoje estrategicamente tão importante como a tradicional defesa militar é também a constatação da vulnerabilidade do espaço europeu face a eventuais ameaças de outras potências externas, e não somente um problema de criminalidade no espaço cibernético.
“Temos de proteger melhor os europeus na era digital. Nos últimos três anos, conseguimos alguns progressos no que diz respeito a manter os europeus seguros online. As novas regras, a implementar futuramente pela Comissão, irão proteger a nossa propriedade intelectual, diversidade cultural e os nossos dados pessoais. Entrámos numa guerra contra a propaganda terrorista e a radicalização online. Porém, a Europa ainda não está bem equipada no que diz respeito aos ataques cibernéticos", disse Jean-Claude Junker.
"Os ciberataques podem colocar mais em perigo a estabilidade das democracias e da economia do que armas ou tanques de guerra. Só no ano passado, registaram-se mais de 4 mil ataques de ransomware por dia e 80% das empresas europeias experienciaram pelo menos um incidente de cibersegurança. Os ciberataques não têm fronteiras e ninguém está imune. É por isso que, hoje, a Comissão propõe novas ferramentas, incluindo uma Agência Europeia de Cibersegurança, para nos ajudar a defender contra tais ataques” , acrescentou