Segundo os serviços secretos da Coreia do Sul, existem hackers norte-coreanos a tentar roubar informações valiosas sobre a vacina COVID-19 da Pfizer
A questão da salvaguarda dos dados das vacinas voltou a ser levantada depois de funcionários dos serviços secretos da Coreia do Sul terem alertada para uma tentativa de ataque. Ainda não é claro se o ataque foi bem sucedido, mas os serviços secretos acreditam que os hackers da Coreia do Norte tentaram roubar a tecnologia de vacinas COVID-19 à Pfizer. Isto depois de a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) ter sido pirateada em dezembro, e a documentação valiosa relativa à vacina Pfizer/BioNTech COVID-19 ter sido aparentemente roubada. Ataque norte-coreanoO Serviço Nacional de Inteligência (NIS) da Coreia do Sul acabou por revelar a tentativa de roubo durante uma sessão à porta fechada do comité de inteligência da Assembleia Nacional e os serviços secretos têm alertado para o facto dos ataques chegarem através de hackers do Estado-Nação. Apesar de tudo, este último ataque parece ser um incidente separado, de acordo com um relatório da agência de notícias local Yonhap. Alvo desejável"A vacina COVID-19 é atualmente um dos ativos mais desejados no planeta, por isso não é surpreendente que seja considerada um alvo de ciberataque", afirma George Daglas, COO da Obrela Security Industries. "As empresas farmacêuticas devem tomar as medidas necessárias para proteger não só a sua propriedade intelectual, mas, mais importante, a segurança da produção de vacinas e a sua cadeia de fornecimento de vacinas, aplicando rigorosos controlos de segurança cibernética e física em todos os passos do ciclo de vida do fornecimento de produção. É também importante que as empresas farmacêuticas fomentem uma cultura de segurança entre os seus colaboradores, para reduzir efetivamente a probabilidade de sucesso dos atacantes ao direcionar o pessoal como ponto de entrada na organização". Coreia do NorteOutro especialista em segurança observou que a Coreia do Norte tem um historial bem documentado de ciberataques e "não é um país normal". "O hacking do Estado nação não é novidade, e é algo que a Coreia do Norte tem na sua história; Só nos últimos anos, a Coreia do Norte tem sido responsabilizada por uma série de ciberataques que causam perturbações e perdas financeiras numa escala sem precedentes", explica Mikko Hypponen, diretor de investigação da F-Secure. "Nenhum outro país hackeia redes bancárias internacionais para roubar dinheiro", disse Hypponen. "Nesta linha de pensamento, não seria surpresa para eles tentar hackear dados da vacina". Ataques de vacinasDurante o ano passado, os ciberataques contra especialistas em vacinas, cuidados de saúde e farmacêuticos aumentaram, à medida que grupos de hacking apoiados pelo Estado e criminosos procuraram obter dados vitais de nações rivais. Funcionários dos serviços secretos do Reino Unido e dos EUA já avisaram que os hackers estão a tentar violar as defesas cibernéticas dos fabricantes de vacinas. Em julho de 2020, o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ) emitiu acusações formais contra dois cidadãos chineses, acusados de roubar centenas de milhões de dólares em segredos comerciais e propriedade intelectual. Os dois cidadãos chineses também foram acusados de visar investigadores que desenvolvem uma vacina para o coronavírus. Também em julho de 2020, as agências de inteligência do Reino Unido e dos EUA alertaram que o grupo de hacking russo APT29 (também conhecido como Cozy Bear) estava a visar ativamente os investigadores que desenvolvem uma vacina COVID-19. Também a IBM alertou para o facto da cadeia de fornecimento de armazenamento de frio usada para transportar vacinas viáveis ter sido submetida a ciberataques. |