A companhia aérea tem tido o que muitos apelidam de um verão infernal. O mais recente desaire foi um massivo ciberataque que terá resultado no roubo de dados de cerca de 400 mil passageiros.
A British Airways continua a ser notícia pelos piores motivos. No passado dia 7 de setembro foi revelado que dados pessoais e financeiros – 380 mil cartões de pagamento ficaram comprometidos – foram roubados do website e da aplicação móvel da British Airways (BA), no período de 21 de agosto a 5 de setembro. A companhia aérea indica que os dados roubados não incluem detalhes de viagens ou números de passaporte. O incidente está agora resolvido e o website da BA já funciona normalmente, mas a empresa não se livra das consequências indiretas: já afundou mais de 6% em bolsa. Os prejuízos diretos apontam para indemnizações aos passageiros na ordem das 475 milhões de libras (534 milhões de euros). Esta não é a primeira vez que a companhia aérea enfrenta problemas relacionados com o IT - em maio do ano passado, uma falha informática (causada por um apagão energético no data center) provocou perturbações nos voos e levou mesmo ao cancelamento de todos os que partiam dos aeroportos de Londres, além de voos atrasados em todo o mundo. Na altura, aquela que é a terceira maior companhia aérea do mundo culpou um fornecedor de outsourcing, a Tata Consultancy Services. A verdade é que este novo incidente tem levado a que poucos tenham dúvidas quanto à relação que existe entre os despedimentos de 2016 no seu departamento interno de IT (na ordem das centenas de colaboradores) e os problemas que a empresa tem enfrentado. Mas há mais: em julho deste ano outra grande falha de IT levou a companhia aérea a cancelar e a adiar voos e, no mesmo mês, a equipa que gere as redes sociais da BA infringiu todas as diretivas de privacidade do Regulamento Geral de Proteção de Dados (este é o momento em que deve “pasmar-se”): para cumprir com o RGPD, contas oficiais da BA recorreram a posts públicos no Twitter para confirmar os dados dos passageiros que haviam recorrido a esta rede social para contactar o serviço de apoio ao cliente e, essencialmente, apresentar queixas. Os tweets publicados por estas contas da BA incluíam números de passaporte, endereços de e-mail, moradas de faturação e os últimos quatro dígitos dos cartões de crédito. A companhia área voltou atrás nesta sua política depois de esta ter sido denunciada por um analista de segurança, pedindo que os passageiros passassem a partilhar esses dados através de mensagem privada, por Twitter. |