NATO, EUA E UE acusam China de campanha global de ataque

Em causa está a “cibersabotagem sistemática” que terá atingido os e-mails da Microsoft no início de 2021

NATO, EUA E UE acusam China de campanha global de ataque

Os EUA, a União Europeia, a NATO e outras potencias mundiais acusaram formalmente o governo chinês de ter orquestrado uma ampla campanha de ciberataques. A acusação inclui o ataque ao servidor de e-mails da Microsoft, que atingiu mais de 250 mil contas, de onde foram roubados dados pessoais dos utilizadores. Trata-se da primeira declaração da Aliança Atlântida que responsabiliza Pequim pelos hackings, atualmente dos maiores desafios a nível de segurança global.

O Reino Unido fala em ciberataques em massa, os EUA num “ecossistema de hackers” e a União Europeia exige medidas para detetar, investigar, responsabilizar e cessar atividades maliciosas, alegadamente instrumentadas pelo Estado-Nação.

Em comunicado, a Casa Branca denunciou que “o padrão de comportamento irresponsável de Pequim” é “inconsistente” com o objetivo do gigante asiático de ser “um líder responsável no mundo”. Afirma ainda que a China promove ciberataques “para benefício financeiro próprio”, o que, na opinião de Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, criou um “ecossistema de hackers” que sustenta ataques informáticos a outras nações. Ao mesmo tempo, o Departamento da Justiça dos EUA acusou quatro responsáveis chineses – três oficiais de segurança e um hacker contratado - de alvejar dezenas de empresas, universidades e agências governamentais.

Num comunicado oficial da UE lê-se que  “denunciam veemente estas atividades cibernéticas maliciosas, realizadas em contradição com as normas de comportamento de um Estado responsável, endossadas por todos os países que integram a ONU” e acrescentam que “continuamos a insistir que as autoridades chinesas adiram a essas normas e não permitam que o seu território seja usado para ataques informáticos, assim como para que tomem as medidas disponíveis e viáveis para detetar, investigar e resolver a situação”.

Já Josef Borrell, o Alto Representante da UE para a Política Externa declarou que os 27 países-membros urgem a China a não permitir que “o seu território seja usado para atividades cibernéticas maliciosas”. A UE alega que o ataque à Microsoft foi executado por dois grupos de hackers APT que atuam a partir de território chinês, conhecidos como Advanced Persistent Threat 40 e Advanced Persistent Threat 31.

Em comunicado, o Reino Unido apela que Pequim - que levou a cabo programas de “espionagem em grande escala” - cumpra o compromisso assumido “como parte do G20, não realize ou apoie o roubo cibernético de propriedade intelectual de segredos comerciais”. Citado pelo The Guardian, Dominic Raab, chefe da diplomacia britânica, assegura que a China “terá de prestar contas” se não colocar um fim “a esta cibersabotagem sistemática”.

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