Um novo estudo indica que, em 2022, apenas 19% dos líderes empresariais estão muito confiantes em relação às suas capacidades de prevenção, gestão e resposta a ataques
As consequências de quase três anos disruptivos resultaram num menor sentimento de confiança na maioria dos líderes empresariais no que concerne a sua capacidade de gerir riscos cibernéticos, em comparação com há dois anos. Esta é uma das principais conclusões do estudo The State of Cyber Resilience, desenvolvido pela Marsh e pela Microsoft, que inquiriu mais de 660 decisores a nível global, e que analisa como estes riscos são percecionados por várias funções e líderes das organizações, nomeadamente cibersegurança e IT, gestão de risco e seguros, financeiro e liderança executiva. Segundo o relatório, a confiança que os líderes têm nas capacidades de gestão de risco das suas organizações - incluindo a capacidade de compreender e avaliar as ameaças cibernéticas, mitigar e prevenir os ataques cibernéticos, bem como de os gerir e responder - quase não sofreu alterações desde 2019. Enquanto, há dois anos, 19,7% dos inquiridos indicaram estar muito confiantes com as capacidades cibernéticas das suas empresas, em 2022, apenas 19% se identificaram com a afirmação. Luís Sousa, Cyber Specialist da Marsh Portugal, refere que “tendo em conta o constante aumento de ataques de ransomware e as inúmeras ameaças que surgem, não é surpreendente que, em comparação com 2019, muitas organizações não se sintam mais confiantes com a sua capacidade para dar resposta aos riscos cibernéticos”. Além disso, muitas organizações ainda têm dificuldade em compreender os riscos que os seus fornecedores e as cadeias de fornecimento digital sinalizam como parte das suas estratégias de segurança cibernética. Apenas 43% dos respondentes afirmaram ter realizado uma avaliação de risco aos seus fornecedores ou às cadeias de fornecimento. O estudo destaca oito tendências-chave dos riscos cibernéticos.
Adicionalmente, o estudo indica que apenas 41% das organizações olham além da cibersegurança e dos seguros e procuram envolver as funções de legal, planeamento corporativo, financeiro, de operações ou de gestão da cadeia de fornecimento no desenvolvimento dos planos de risco cibernético. Mais, 38% dos inquiridos disseram que a sua organização recorre a métodos quantitativos para medir a exposição ao risco cibernético, o que é uma etapa crucial para entender como é que os ataques cibernéticos e outros fenómenos podem gerar volatilidade. Este é um fator que melhorou face a 2019, quando apenas três em cada dez entrevistados (30%) afirmaram o mesmo. “Os riscos cibernéticos existem na maioria das organizações. O combate eficaz às ameaças cibernéticas precisa ser uma meta traçada por toda a empresa, de forma que se crie uma resiliência cibernética comum, em detrimento de investimentos singulares de prevenção de incidentes ou de defesa cibernética. Uma maior comunicação entre toda a empresa pode ajudar a preencher as lacunas atualmente existentes, a aumentar a confiança e a proporcionar mais e melhor informação para a tomada de decisões estratégicas relacionadas com ameaças cibernéticas”, conclui Luís Sousa. |