Ren Zhengfei, fundador da Huawei, não tem por hábito fazer declarações públicas. Quebrou o silêncio para reafirmar que a Huawei não faz espionagem para o governo chinês
Meng Wanzhou, CFO da Huawei e filha de Ren Zhengfei, fundador da empresa chinesa, está desde o último mês detida no Canadá a pedido das autoridades dos Estados Unidos que alegam que terá enganado bancos sobre o controlo de uma empresa sedeada no Irão por parte da Huawei. O fundador da empresa terá falado com os jornalistas em Shenzhen, na China, e terá dito que “nunca recebemos nenhum pedido de nenhum governo para fornecermos informações impróprias”, acrescentando que ama o seu país, apoia o partido comunista, “mas nunca faria nada que pudesse prejudicar qualquer outro país”. A Huawei, a maior produtora de equipamentos de telecomunicações do mundo, tem vindo a enfrentar um intenso escrutínio no ocidente sobre a sua relação com o governo da China e com as alegações lideradas pelos EUA de que os seus aparelhos poderiam ser usados por Pequim para espiar os cidadãos. Nenhuma evidência foi produzida publicamente e a empresa negou repetidas vezes as acusações, mas alguns países ocidentais restringiram o acesso da Huawei aos seus mercados. Ren rejeitou os receios sobre a segurança dos equipamentos da Huawei, dizendo que "nenhuma lei na China exige que qualquer empresa instale backdoors obrigatórios”, que podem ser utilizados para espionagem, tendo acrescentado que a empresa não teve "incidentes graves de segurança". |