Nos últimos meses, os EUA têm pressionado os seus aliados para não integrarem tecnologia 5G da Huawei nas respetivas infraestruturas de telecomunicações
No decorrer desta semana, uma delegação de alto nível, liderada pelo vice-assessor de segurança nacional do presidente Donald Trump, Matt Pottinger, chegou ao Reino Unido numa tentativa final de convencer os britânicos a proibir completamente a utilização de produtos da Huawei. A delegação apresentou um dossier aos ministros britânicos, que segundo eles, apresentava novas evidências dos riscos à segurança ao depender da tecnologia Huawei. As autoridades norte-americanas afirmam que permitir o acesso da empresa chinesa no Reino Unido seria "nada menos que loucura". O dossier de provas que se encontra sob a delegação dos Estados Unidos não apresentava nenhuma evidência nova sobre os riscos do uso de equipamentos Huawei nas suas redes 5G, acabando por não ter sido explicado qual era a “informação relativamente recente” que partilharam com os colegas do Reino Unido, suspeitando-se que é apenas de natureza técnica. O correspondente de segurança da BBC, Gordon Corera, informou que o dossier incluía material sobre supostas ligações da Huawei com o estado chinês. A BBC informou ainda que parte do material fornecido pelos EUA neste dossier era, na verdade, derivado do próprio centro de avaliação do Reino Unido que testa os produtos da Huawei. “O povo britânico merece ter acesso à melhor tecnologia possível. Se as pessoas se opõem a uma marca ou a outra, têm de nos dizer qual é a alternativa. Por outro lado, sejamos claros, enquanto primeiro-ministro do Reino Unido não quero escolher uma infraestrutura que prejudique a nossa segurança nacional”, afirmou primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson. De recordar que a Austrália também proibiu o uso de equipamentos da Huawei em 2018, o que, segundo a empresa chinesa, se deve ao facto dos australianos estarem "mal informados" e que a sua decisão foi "extremamente dececionante". Atualmente, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnston, ainda não tomou a sua decisão final, mas alerta que a Huawei ainda pode ser excluída devido a preocupações que poderiam "prejudicar" o relacionamento de partilha de informações de inteligência dos 'Five Eyes'. A ligação dos 'Five Eyes', faz com que os Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Canadá e Nova Zelândia partilhem informações de inteligência entre eles, tendo os EUA ameaçado retirar esta partilha de informações. O primeiro-ministro do Reino Unido deverá chegar a uma decisão final sobre a participação da Huawei na infraestrutura 5G do país durante as próximas semanas. |