Diretor-geral de ameaças da National Crime Agency (NCA) do Reino Unido afirma que organizações podem fazer “muito mais”. Relatório de 2023 revela que mais de 80% dos crimes de fraude registados em Inglaterra e no País de Gales ocorreram online
As empresas de tecnologia podem fazer “muito mais” para proteger os utilizadores contra fraudes. Esta é a opinião defendida por James Babbage, diretor-geral de ameaças da National Crime Agency (NCA) do Reino Unido. Um novo inquérito da Comissão de Assuntos Internos sobre fraude revela que mais de 80% deste tipo de crimes ocorria online. De acordo com dados do Crime Survey for England and Wales, divulgado em junho de 2023, a fraude é o crime mais comum em Inglaterra e no País de Gales, com milhões de episódios relatados anualmente. “Temos de nos concentrar no que é que as empresas tecnológicas podem fazer mais - e, em geral, há muito mais que podem fazer”, afirmou Babbage numa audiência parlamentar. O alerta não é, no entanto, uma novidade: em 2022, o Comité de Justiça já tinha apontado para a necessidade de uma resposta por parte do governo britânico centrada numa “mudança generalizada na teoria e na prática”. James Babbage deixou elogios ao Online Safety Act e à Online Fraud Charter, que deverão ser implementados este ano, e que obrigam a “uma espécie de requisito de verificação”. Tal solução deverá ter um “enorme impacto no volume das fraudes”, esclareceu o diretor-geral, apontando igualmente responsabilidades às empresas, detentoras de redes sociais, que deveriam fazer mais pelos utilizadores das plataformas. As soluções para enfrentar a fraude online passam por “encontrar formas de tornar mais transparentes as coisas que as plataformas compreendem e que, enquanto consumidores, ou não compreendemos, ou são demasiado complicadas para verificar”, concluiu James Babbage. |