De acordo com o mais recente estudo “A Visão das Empresas Portuguesas sobre os Riscos 2019” elaborado pela Marsh, os ciberataques são o que mais está a preocupar as empresas portuguesas. As organizações não estão, no entanto, apenas preocupadas com os riscos de um ataque dirigido a si, mas também de possíveis ciberameaças que o mundo possa enfrentar
Este estudo, que se realiza pelo quinto ano consecutivo, tem como principais objetivos identificar os potenciais riscos que as empresas consideram que o mundo e elas próprias irão enfrentar e analisar a evolução do papel da gestão de riscos nas empresas portuguesas. Para a realização deste estudo, a Marsh contou com a participação de cerca de 170 empresas portuguesas, pertencentes a 22 setores de atividade, com diferentes volumes de faturação, bem como de número de colaboradores. Dentro das empresas inquiridas, 81% não são cotadas em bolsa. Este estudo nacional, realizado pela Marsh, pretende estabelecer uma ponte com o “Global Risks Report 2019”, desenvolvido pelo World Economic Forum e que contou com o apoio de parceiros estratégicos, como o Grupo Marsh & McLennan Companies. De acordo com o presente estudo da Marsh, 66% das empresas portuguesas consideram que os “ataques cibernéticos em grande escala” são o principal risco que o mundo poderá vir a enfrentar em 2019, seguido de “crises fiscais e financeiras em economias chave”, com 50%. Em terceiro lugar, surgem os “eventos climáticos extremos”, com 36%; em quarto lugar com 34%, a “instabilidade social profunda” e em quinto as “catástrofes naturais”, com 32%. Ao analisar a evolução dos resultados ao longo dos últimos 5 anos, destaca-se o desaparecimento dos ataques terroristas em larga escala do top 5. Este era um risco que figurava desde 2015 no top 5 de riscos que as empresas consideravam que o mundo viria a enfrentar. De destacar, ainda, o desaparecimento das crises de água - risco que marcou presença apenas no top 5 de 2018 - e o reaparecimento da instabilidade social profunda, que já não figurava no top desde 2017. O risco crises fiscais e financeiras em economias chave - presença assídua neste top 5 - regressa, em 2019, à segunda posição, depois de em 2018 ter caído até ao quarto lugar; os riscos eventos climáticos extremos e catástrofes naturais consolidam este ano a sua presença no top 5, assumindo, as terceira e quinta posições respetivamente. Sobre os riscos que as empresas receiam vir a enfrentar no ano de 2019, os “ataques cibernéticos” são os que têm maior probabilidade de ocorrer, segundo 58% das empresas inquiridas. “Este estudo demonstra aquilo que fomos constatando no terreno junto das empresas: uma forte perceção das vulnerabilidades face a uma dependência quase total das tecnologias, sendo os ataques cibernéticos a maior preocupação; uma noção de que a instabilidade geopolítica mundial vivida, em especial no último ano, pode levar a uma nova crise e, consequentemente, a forte instabilidade social; uma consciência de que os eventos climáticos extremos não são mais de carácter extraordinário e que vieram para ficar; um receio de que, apesar da recuperação, Portugal não consiga atrair e reter talento, fator chave para poder reagir a uma concorrência cada vez mais feroz”, comenta Fernando Chaves, Especialista de Risco da Marsh Portugal. |