No início desta semana, foram partilhadas em várias plataformas online perto de 25 mil credenciais de email alegadamente pertencentes a organizações envolvidas no combate ao COVID-19, incluindo a Organização Mundial de Saúde
No início desta semana, foram divulgados mais de 25 mil endereços e passwords de e-mail supostamente pertencentes a membros do National Institute of Health, da Organização Mundial de Saúde, da Gates Foundation e de outros grupos que trabalham para combater a pandemia de Coronavírus, de acordo com o SITE Intelligence Group, que monitoriza extremismo e grupos terroristas online. Embora o SITE não tenha conseguido verificar se as credenciais são autênticas, afirmou que os dados foram divulgadas no fórum 4Chan e no site de hosting Pastebin entre 19 e 20 de abril e disseminados através do Twitter e da aplicação de mensagens Telegram, tendo sido quase imediatamente utilizados para fomentar hacking e assédio por parte de grupos de extrema-direita. Já estão também a ser associadas acusações à suposta leak para fomentar a desinformação, incluindo alegações de splicing (a inserção de código genético externo) de VIH com o Coronavírus em laboratórios chineses. Citada pelo Washington Post, Rita Katz, diretora executiva do SITE, refere que “a distribuição destas supostas credenciais de e-mail foi apenas mais uma parte de uma iniciativa a decorrer há já um mês na extrema direita para usar a pandemia de COVID-19 como arma política”. Entre as organizações atacadas encontra-se o Instituto de Virologia de Wuhan, um centro de investigação no epicentro da pandemia, acusado de ter tido um papel ativo e deliberado no desencadeamento do surto. A OMS apresenta também um alvo atrativo para estes grupos, tendo sido alvo de fortes críticas por parte de Donald Trump por ser “demasiado respeituosa para com a China”. O relatório do SITE refere que o maior grupo de supostas credenciais foi do National Institute of Health, com 9.938 endereços, seguido do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças, com 6.857. O World Bank tinha 5.120 credenciais listadas, ao passo que a OMS totalizou 2.732. Um número menor de credenciais foi listado como pertencente à Gates Foundation, que anunciou recentemente um investimento de 150 milhões de dólares para o combate à pandemia. O NIH, o CDC, a OMS e o Banco Mundial não prestaram ainda declarações sobre o assunto. A Gates Foundation afirmou em comunicado que está a monitorizar o assunto, mas que, de momento, não têm indicação de que tenha ocorrido qualquer violação de dados. Por outro lado, Robert Potter, um profissional de cibersegurança australiano, garante ter confirmado a legitimidade das credenciais da OMG. |