China rejeita acusações de vigilância em massa

O embaixador da China no Reino Unido, Liu Xiaoming, diz que o material de investigação que chegou às mãos dos jornalistas, revelando um esquema de vigilância em massa, é falso

China rejeita acusações de vigilância em massa

O Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação partilhou com o The Guardian e mais de uma dezena de outras publicações documentos que parecem confirmar que o governo chinês usou tecnologia para expandir a sua campanha contra Uighures e outras minorias muçulmanas residentes no país.

Na região oeste de Xinjiang pelo menos um milhão de pessoas são mantidas em campos de detenção, denunciam os “China Cables”, um conjunto de arquivos que inclui ordens secretas para rastrear e deter milhares de pessoas que têm dupla nacionalidade, passaram algum tempo no exterior ou têm laços pessoais fora do país.

Os documentos a que o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação teve acesso incluem um “manual” de como gerir estes campos de detenção, incluindo uma descrição dos processos de recolha de dados através de inteligência artificial e do sistema de análise escolhido para selecionar os residentes de Xinjiang para detenção.

A plataforma chinesa usada identifica aquilo que são consideradas “pessoas suspeitas” através de inteligência artificial. De acordo com o Human Rights Watch, estes dados são adquiridos através de um sistema de vigilância em massa que inclui checkpoints, câmaras de circuito fechado com reconhecimento facial, sensores de WiFi e até spyware instalado nas casas dos cidadãos.

Um documento de entre os recolhidos, datado de 2017, mostra que em seis dias mais de 24 mil pessoas foram identificadas, e a grande maioria detidas.

O embaixador Liu Xiaoming, sediado em Londres, deixa claro, no entanto, que a autenticidade dos documentos não é reconhecida pela China, tratando-se de “pura fabricação”.

O embaixador admitiu a existência do campo de detenção e respetiva vigilância, mas justifica-a com a necessidade de proteger aquela região de ataques terroristas. “Se no Reino Unido acontecesse o mesmo – se houvesse uma região associada a atividade terrorista – e as pessoas sofressem com isso e pedissem ajuda ao governo do Reino Unido, o que é que fariam?”, perguntou Liu Xiaoming.

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