A nível mundial, o Dridex continua a ser o malware mais popular, mas, em Portugal, é o Trickbot a ser responsável por impactar 8% das organizações
A Check Point Research publicou o Índice Global de Ameaças de abril de 2021. Pela primeira vez, o Agent Tesla alcançou o segundo lugar do Índice, enquanto o trojan Dridex se mantém o malware mais temível da lista, depois de, em março, ter passado de sétimo para primeiro lugar. Em Portugal, o Trickbot foi a ameaça mais danosa, com um impacto de 8% das organizações portuguesas. Este mês, o Dridex – trojan que tem como alvo a plataforma Windows – disseminou-se através de uma campanha Malspam que utilizava o branding da QuickBooks para enviar notificações de pagamento e faturas falsas. O conteúdo do e-mail incitava o utilizador a fazer download de um documento Microsoft Excel em anexo no qual seguia o trojan. Este malware é utilizado muitas vezes como estágio inicial de infeção em operações de ransomware nas quais os hackers encriptam os dados de uma organização, exigindo, para a desencriptação, um resgate. Cada vez mais, estes hackers estão a utilizar métodos de dupla extorsão em que roubam informação sensível de uma organização e ameaçam a sua divulgação, caso não seja efetuado um pagamento. Em março, a Check Point Research reportou o aumento em 57% do número de ataques ransomware no início de 2021. Esta tendência tem vindo a agravar-se, completando um aumento de 107% em relação ao mesmo período do ano passado. Recentemente, a Colonial Pipeline, a maior operadora de combustíveis dos EUA, foi vítima de um ataque deste género e, em 2020, estima-se que o ransomware tenha custado às empresas cerca de 20 mil milhões de dólares, um valor quase 75% superior a 2019. Pela primeira vez, o Agent Tesla alcançou o segundo lugar da lista global de Top Malware. O Agent Testa é um Trojan de Acesso Remoto (RAT) ativo desde 2014 que funciona como keylogger, roubando palavras-passe. Este RAT consegue monitorizar e recolher o que a vítima escreve no seu teclado e sistema clipboard, bem como gravar screenshots e extrair as credenciais introduzidas para uma variedade de softwares do dispositivo (incluindo Google Chrome, Mozilla Firefox e Microsoft Outlook). Este mês, houve um aumento das campanhas do Agent Tesla, que se disseminavam via malspam. O conteúdo do e-mail requeria aos utilizadores o download de um ficheiro (de qualquer tipo) que poderia resultar na infeção do sistema com o Agent Tesla. “Com o aumento acentuado do número de ataques ransomware em todo o mundo, não é surpresa que o Índice de Ameaças deste mês inclua esta tendência. Em média, a cada dez segundos, há uma organização no mundo a sofrer um ataque ransomware”, afirma Maya Horowitz, Director, Threat Intelligence & Research, Products na Check Point. “Recentemente, tem havido apelos aos governos para que se faça mais em relação a esta crescente ameaça, mas não há quaisquer sinais de abrandamento. Todas as organizações têm de estar conscientes dos riscos e garantir que contam com soluções anti-ransomware adequadas. No mesmo sentido, é crucial fornecer a todos os funcionários formação abrangente para a cibersegurança, para que estejam equipados com as qualificações necessárias para a identificação dos tipos de e-mails maliciosos que disseminam Dridex e outros malwares, já que é assim que grande parte dos ataques de ransomware se iniciam”. A Check Point Research revelou ainda que a “Web Server Exposed Git Repository Information Disclosure” é a vulnerabilidade mais comummente explorada, impactando 46% das organizações a nível global. Segue-se a “HTTP Headers Remote Code Execution (CVE-2020-13756)”, com um impacto global de 45.5% e, em terceiro lugar, a “MVPower DVR Remote Code Execution”, responsável por impactar 44% das organizações do mundo. Principais famílias de malware (abril 2021)Este mês, o Dridex continua a ser o malware mais popular a nível global, impactando 15% das organizações. Em segundo e terceiro lugares, seguiram-se o Agent Tesla e o Trickbot, com um impacto global de 12% e 8% respetivamente. A nível nacional, em primeiro lugar esteve o Trickbot, responsável por impactar 8% das organizações. Seguiu-se o XMRig e o Dridex, com um impacto de 7% e 6%, respetivamente.
Principais vulnerabilidades exploradas (abril 2021)Em abril, o “Web Server Exposed Git Repository Information Disclosure” foi a vulnerabilidade mais explorada, com um impacto global de 46% das organizações, seguido do “HTTP Headers Remote Code Execution (CVE-2020-13756)”, responsável por impactar 45,5% das organizações a nível mundial e do “MVPower DVR Remote Code Execution”, com um impacto de 44%.
Principais malwares para dispositivos móveis (abril 2021)Este mês, o primeiro lugar é ocupado pelo xHelper. Segue-se o Triada e o Hiddad.
O Índice de Impacto Global de Ameaças da Check Point e o ThreatCloud Map baseiam a sua informação no ThreatCloudTM da Check Point, a maior rede colaborativa de luta contra o cibercrime, que disponibiliza informação e tendências sobre ciberataques através de uma rede global de sensores de ameaças. A base de dados do ThreatCloud inclui mais de 3 mil milhões de websites e 600 milhões de ficheiros diariamente, identificando mais de 250 milhões de atividades de malware diariamente. |