Já todos sabemos – e muitos chegámos mesmo a sentir – as dificuldades que a pandemia trouxe a todos os países e populações
Nada, nem ninguém, ficou indiferente ao seu impacto, que ainda se vai sentir por muito tempo. No entanto, para os profissionais de cibersegurança, a pandemia continua a criar novos desafios, principalmente com o crescente aumento do cibercrime a todos os níveis. Cibercriminosos e grupos organizados têm aproveitado os vários momentos de desarmonia global para desenvolver novos métodos e vetores de ataque. Em março de 2020, os ataques relacionados com a Covid-19 atingiram o pico de um milhão por dia e o phishing, sites web maliciosos e o malware dirigido a utilizadores remotos cresceram 30.000%. E agora a situação não está melhor. Com o regresso ao ensino online, plataformas como o Zoom, o Moodle e o Google Meets, utilizadas para lecionar as aulas à distância, continuam a estar sob o olhar atento dos cibercriminosos. Quanto às empresas, que tiveram que lidar, numa fase inicial, com uma mudança abrupta que incluiu uma transição rápida para a conexão de todas as suas infraestruturas e colaboradores online, a necessidade de proteger todas as atividades do negócio continua a ser uma prioridade. Apesar das manobras e do desinvestimento que aplicaram em muitas áreas para reduzir o impacto económico da crise pandémica, a cibersegurança está, pelo contrário, a tornar-se cada vez mais uma área prioritária para muitas delas. Inclusive, de acordo com um estudo da Kaspersky, 67% das mesmas a nível europeu espera aumentar o seu orçamento nos próximos três anos neste âmbito. Isto torna-se extremamente importante, uma vez que 2021 também traz muitos – e novos – desafios para os quais devem estar preparadas. É muito provável que a crise origine uma onda massiva de pobreza, o que leva a que, inevitavelmente, um maior número de pessoas recorra à delinquência, incluindo a cibernética. No campo das ciberameaças financeiras, estão a surgir novas tendências, principalmente no que respeita às mais perigosas, as que afetam o bem-estar económico das vítimas. O colapso de algumas economias e moedas tornará o roubo de bitcoins muito mais atraente e, por isso, é expectável que mais fraudes dirigidas a estas moedas ocorram, uma vez que são as criptomoedas mais difundidas. Desta forma, torna-se muito provável que surja um crescimento das tentativas de extorsão, seja através de ransomware, ataques DDoS ou ambos. Explorações avançadas estão a consolidar-se entre os atacantes e os grupos de ransomware, com destaque para aqueles que possuem mais fundos, irão continuar a diversificar e a escalar os seus ataques, algo que se torna particularmente crítico para as empresas mais sensíveis à perda de dados, tendo que passar por um processo de recuperação esgotante e pela interrupção das suas operações online. Além destas ameaças, poderemos também assistir a uma alteração na forma como os cibercriminosos passarão a exigir pagamentos às vítimas. Para garantir a sua privacidade e atuar sem deixar rasto, poderão servir-se de outras criptomoedas mais “discretas” enquanto primeira moeda de transição, como as Monero, convertendo- -as depois em outras criptomoedas mais populares, como são exemplo as bitcoin. Estes são apenas alguns exemplos do que ainda poderá vir a acontecer nos próximos meses. Vivemos tempos complexos, que urgem pela necessidade de uma maior colaboração entre as instituições públicas e o setor privado, e pela criação de uma relação de partilha de inteligência e recursos, que permita redobrar os esforços em cibersegurança. Existem já várias iniciativas a serem criadas com este objetivo, incluindo o projeto NoMoreRansom fundado pela Kaspersky, que já permitiu evitar pagamentos no valor de 643 milhões de euros. Este é apenas mais um passo, num caminho que ainda tem muito por percorrer. Mais unidades de ação e transparência serão fatores essenciais para dar resposta a todos os novos desafios relacionados com cibersegurança. E não nos podemos esquecer que quanto maior a digitalização, maior atenção devemos prestar a esta área, de forma a podermos utilizar e beneficiar por completo das mais-valias da evolução tecnológica.
Conteúdo co-produzido pela MediaNext e pela Kaspersky |