A S4 Digital, da Bravantic, organizou um evento sobre como a plataforma de lowcode Mendix, aliada à IA, pode impulsionar o negócio “composable” e “entrar em transformação digital”.
No dia 4 de abril, decorreu no Palácio Bravantic, em Carnaxide, Lisboa, um evento organizado pela S4 Digital, da Bravantic, sobre como as organizações podem impulsionar o seu negócio “composable” e melhorar a sua eficiência operacional com a plataforma de low-code Mendix, com especial enfoque na inovação digital assente em inteligência artificial (IA). Durante o Mendix Experience Day 2024, uma equipa de developers esteve a construir uma aplicação em tempo real com vista a demonstrar as potencialidades da plataforma para criar soluções digitais robustas. O evento começou com uma breve apresentação sobre a S4 Digital, que ficou a cargo de Filipe Marques, CRO da empresa. Nascida em 2021, a S4 Digital compreendeu “desde a sua fundação que a transformação digital acontece com sucesso quando se reúnem um conjunto de condições”: é essencial “entender a estratégia do cliente para participar nesse processo digital” e, “a nível tático, estar lá para definir quais são as tecnologias e como dar resposta aos desafios”. “A tática define como podemos dar corpo a essa estratégia. As soluções têm de ser viáveis – são precisos resultados hoje e amanhã”, realçou Filipe Marques, que afirma que a isto se devem acrescentar “os recursos certos”. Aliada à S4 Digital, a missão da Mendix passa por “executar a visão dos nossos clientes, de uma forma acelerada e eficaz”, tendo como objetivo ajudar as empresas a construir melhores aplicações. A empresa esforça-se por “escolher os parceiros a dedo”, procurando aqueles que se “encaixam nos nossos valores e na nossa forma de ver a transformação digital – e a Mendix claramente se encaixa”, frisou o CRO. Transformação digital de mãos dadas com a Mendix
Filipe Marques explicou que “a composability é tão importante como a IA quando se fala em transformação digital – e é isso que a Mendix faz”. A Mendix propõe-se a ajudar as organizações a ultrapassar um desafio “universal”: “o gap que existe entre a procura do negócio e aquilo que as equipas de IT conseguem entregar”, gerando “decisões sob stress que podem não ser as adequadas” e um “atraso em relação à concorrência”. É por esta razão que “muitas [organizações] se estão a virar para o low-code”. “Estamos a falar de uma plataforma com uma visão, tecnologia e um roadmap concreto que tem vindo a ser executado de forma impecável”, apontou Filipe Marques, considerando que “a Mendix hoje é um gateway para quem quer entrar em transformação digital”. A plataforma oferece mais de sete vezes em aceleração de entrega, possibilitando menos 50% de developers necessários e um time to market de, em média, cinco meses. Ainda mais, “permite integrações com IA, totalmente multiexperiência, automação inteligente e integração nativa com a SAP”.
Rik Vietsch, Sales Director Emerging Markets, integra a equipa da Mendix há 12 anos e é responsável pela Europa Central e Oriental, Turquia e África. No evento, salientou que esta plataforma visa “ajudar as organizações de IT a transformar os seus negócios”, nomeadamente através da resolução do “problema de entregar software”. Através de uma plataforma única, a Mendix pretende ajudar a digitalizar a experiência do cliente, a automatizar processos de negócios e a modernizar os sistemas principais. “Não fornecemos simplesmente a plataforma”, afirmou Vietsch. “Nós optamos por ter parceiros à nossa volta, o que nos permite ser muito escaláveis e recolher conhecimento do domínio”. Casos de sucesso
Adelaide Masson, Enterprise Account Executive da Mendix, apresentou alguns casos de sucesso em que a plataforma Mendix contribuiu para fomentar a eficiência operacional das organizações. A cidade de Roterdão, onde a Mendix nasceu, recorre à plataforma desde 2017. De acordo com Masson, a segunda maior cidade dos Países Baixos digitaliza serviços governamentais para cidadãos e funcionários, contando com mais de cem aplicações de low code construídas pela Mendix, com um suporte de cem mil utilizadores. Também a PostNL, a principal empresa de correio holandesa, decidiu adaptar-se à era digital para crescer no comércio eletrónico, explicou Masson. A escolha caiu sobre a Mendix para oferecer um sistema escalável de gestão de pedidos e, atualmente, a PostNL fornece 64 microsserviços em 32 centros de triagem, totalizando 10 milhões de transações e 1,3 milhão de pacotes processados diariamente em aplicações Mendix. Por sua vez, a Siemens, a “parent company” da S4 Digital, visou democratizar o desenvolvimento de aplicações para inovar no mercado de manufatura. Atualmente, são entregues mais de 500 aplicações Mendix, com cerca de 240 mil utilizadores das mesmas. A Siemens tem ainda “14 fábricas de aplicações em execução em todo o mundo a orientar a adoção” da plataforma.
Ricardo Henriques, CIO e Director of Information Systems da ENSA, subiu ao palco para revelar detalhes sobre a jornada digital da primeira seguradora de Angola, a ENSA, ao lado da Mendix. “Vamos ser os primeiros em Angola a fazer isto – um quiosque onde uma pessoa pode ir para subscrever, pagar e sair com todas as informações de que precisa para estar totalmente segurado”, disse. O lançamento da aplicação está marcado para dia 18 de abril, mas a ENSA já está de olhos postos no futuro no que diz respeito à sua transformação digital com a Mendix. “Já estamos a pensar no futuro”, adiantou Ricardo Henriques. “Temos algumas aplicações legacy que queremos construir com a Mendix”. Construir uma aplicação integrada com IA
A Mendix permite a integração de IA e machine learning (ML), esclareceu Lionel Luquet, Senior Presales Architect da Mendix, em duas vertentes: desenvolvimento assistido por IA e aplicações aperfeiçoadas com IA. Por um lado, a plataforma oferece suporte à integração incorporada de modelos de ML, disponibilizando centenas de modelos gratuitos e pré-treinados. A IA “está pré-construída na plataforma”, referiu Luquet. “Queremos colocar a IA em todos os lugares para gerar testes, automatizar coisas e facilitar a vida de todos”. Por outro, a Mendix pode ligar-se a qualquer serviço de terceiros para interagir com modelos de IA/ML hospedados, incluindo ChatGPT, Google Bard e Amazon Bedrock para IA generativa ou serviços adicionais de IA da Google, Microsoft, AWS, entre outros. Além disto, Luquet acrescentou que as organizações “podem fornecer o seu modelo e nós incorporamo-lo na aplicação”. Cortar as âncoras para inovar O evento terminou com o keynote de Miguel Muñoz, co-founder do NoCode Institute, sobre a inovação e o desafio de mudar mentalidades, começando por questionar se o surgimento de plataformas low-code e da IA é uma revolução.
Muñoz assentou a sua apresentação em três lições sobre a inovação Em primeiro lugar, reforçou que “dependemos mais de decisões passadas do que pensamos”, defendendo que “algumas coisas não mudam porque as pessoas não questionam, não perguntam porquê”. De seguida, relembrou que, muitas vezes, a inovação é “fácil de ser rejeitada, negligenciada e até insultada. Estamos a tornar-nos pessimistas, estamos a tornar-nos na velha do Restelo”. Deste modo, é fundamental “não ser um nay sayer” e “pelo menos tentar” novas soluções. A última lição de Muñoz assentou em “dar o salto”, frisando que “está na hora de cortar as âncoras, cortar as coisas que nos estão a impedir de tomar uma decisão”. Além disto, referiu que “às vezes não inovamos porque temos muito a perder. Também é hora de nos libertarmos dessas ‘leverages’”. “Todos querem inovação. Todos querem fazer as coisas de maneira diferente, mas não acho que muitas empresas tenham coragem de romper com o passado. Ninguém questiona essas coisas e, portanto, elas tornam-se uma âncora”, sublinhou Miguel Muñoz. “Mudar é difícil, mas mudar de ideias é bastante fácil porque depende de nós. E esta é a minha principal mensagem: isto não é uma revolução; é uma (r)evolução”.
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