Com um investimento de sete mil milhões de dólares em cibersegurança, a Mastercard aplica inteligência artificial para analisar transações em tempo real, prevenir lavagem de dinheiro e combater fraudes, revelou Alberto López, num evento da empresa centrado na utilização de IA para combater crimes financeiros e transações suspeitas
No centro do evento da Mastercard esteve a utilização de Inteligência Artificial (IA) para combater fraudes e lavagem de dinheiro, Alberto López, Vice-Presidente de Soluções de Cibersegurança e Inteligência Artificial da Mastercard, evidenciou de que modo a IA tem transformado a abordagem da empresa na prevenção de ameaças financeiras e na proteção de transações. O especialista referiu-se à cibersegurança como um pilar para proteger tanto a reputação como os ativos financeiros das organizações, demonstrando a importância de estratégias abrangentes para reduzir riscos no atual ambiente digital. “Leva 20 anos a construir uma reputação e apenas cinco minutos para perder tudo”, recordou Alberto López - citando Warren Buffett sobre o mundo dos negócios -, destacando que este princípio também pode ser aplicado à cibersegurança, especialmente num cenário onde as ameaças evoluem em paralelo à crescente complexidade dos sistemas digitais. IA como ferramenta essencial no combate a fraudesNuma entrevista moderada pelo diretor da IT Security, Rui Damião, Alberto López começou por salientar que a Mastercard investiu cerca de sete mil milhões de dólares nos últimos cinco anos em soluções de cibersegurança e na aquisição de empresas estratégicas. Esse investimento reflete a visão 360º da empresa sobre os riscos de segurança digital. “Queremos ajudar os nossos clientes a identificar quem está do outro lado do ecrã” no momento da transação, de modo a garantir que os dados e os dispositivos utilizados são legítimos, explicou Alberto López. Entre as tecnologias desenvolvidas, a IA é aplicada desde a fase inicial, como na inscrição de um cliente num banco, até à análise em tempo real de transações, permitindo determinar se são legítimas ou suspeitas. Combate à lavagem de dinheiro e esquemas offlineA aplicação da IA na prevenção de lavagem de dinheiro foi outro tema abordado. Segundo Alberto López, identificar transferências ilícitas ou padrões suspeitos é um dos maiores desafios. “Analisamos o comportamento de um cartão em períodos de sete dias, 14 dias, 30 dias e até 120 dias, em vez de examinar transações individuais. O objetivo é identificar padrões incomuns”, disse. Além disso, alertou contra esquemas offline, incluindo o uso de bens de luxo para ocultar transações financeiras ilegais. A Mastercard tem obtido resultados expressivos na aplicação de IA, prevenindo atividades suspeitas no valor de 20 mil milhões de dólares com a solução SafetyNet, que fornece monitorização a nível de rede em escala global para ajudar a identificar a ocorrência de ataques de fraude generalizados quando o cliente (ou processador) não consiga detetá-los ou defender-se dos mesmos. Recentemente, a empresa também integrou IA generativa às suas operações, o que permitiu melhorar em “20% a deteção de cartões comprometidos” e “reduzir em 200% o risco de falsos positivos”. Pagamentos instantâneos e os desafios do futuroCom a implementação iminente de pagamentos instantâneos em toda a Europa, prevista para 2025, Alberto López reforçou a importância da IA na mitigação de fraudes associadas a este tipo de transações. “Pagamentos instantâneos representam também fraudes instantâneas” para isso a Mastercard desenvolve “soluções que analisam mais de cem parâmetros em tempo real”, ajudando a identificar riscos “em menos de 500 milissegundos”, afirmou. No Reino Unido, onde estas tecnologias já estão implementadas há anos, os resultados têm sido promissores, e a Mastercard planeia expandir a abordagem para outros países europeus, incluindo Portugal, revelou o especialista. Além disso, a cibersegurança não se limita apenas à proteção de transações, mas também envolve a gestão da supply chain, que é fundamental para a NIS2. Conforme destacou Alberto López as empresas, com a crescente complexidade dos sistemas digitais e a interdependência das organizações, “têm de ser muito seguras, mas também precisam de entender quão seguros são os seus fornecedores”. Para responder a este desafio, a solução RiskRecon by Mastercard permite às empresas avaliar e garantir a cibersegurança ao longo de toda a cadeia de abastecimento, abrangendo múltiplos níveis. Esta abordagem é essencial para proteger as organizações contra ciberataques que possam ocorrer através de terceiros.
Conteúdo co-produzido pela MediaNext e pela Mastercard |