Os dados assumem um papel fundamental na estratégia das organizações. A capacidade de os interpretar e aplicar de forma eficiente é o que distingue as empresas competitivas e ágeis daquelas que não conseguem acompanhar o ritmo e as constantes transformações do mercado.
Cada vez mais, as decisões estratégicas relevantes são (ou devem ser) baseadas em dados, histórico e previsibilidade. Adotar uma cultura orientada por dados é mais do que ter um sistema de reporting, business intelligence ou dashboards que acompanham alguns indicadores de negócio. Ser data-driven implica definir uma estratégia de dados clara e um modelo de data governance bem definido e estruturado, que nos permita obter insights mais valiosos sobre as nossas operações, clientes e tendências do setor. É neste contexto que temos assistido a uma significativa evolução do Business Intelligence (BI). Uma tecnologia indispensável para as organizações, que, atualmente, é capaz de integrar Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning, adicionando uma layer de análise preditiva que antecipa erros, deteta falhas e permite, por exemplo, a produção de forecasting. Hoje, é possível transformar dados brutos em conhecimento acionável, contribuindo para uma tomada de decisão ainda mais informada e baseada em análises de dados detalhados, estatísticas e algoritmos preditivos. Mas será que a automização de insights pode substituir a intervenção humana na hora de tomar decisões? Diria que substituir não é a palavra certa, mas sim complementar. Estas tecnologias são extremamente eficazes na identificação de tendências e, com base nesses padrões – de consumo, comportamento, entre outros – é possível “prever” o futuro com alguma fiabilidade. Mas, a estes modelos preditivos falta (sempre) a componente humana que interpreta, contextualiza e considera outros fatores, até imponderáveis, impossíveis de aferir pela tecnologia. Trabalhar no equilíbrio, potenciando o uso destas ferramentas e, mantendo a necessidade de validar as previsões, requer transparência e melhoria contínua, eliminando inconsistências, recorrendo a especialistas e estando atento às alterações de mercado, além de comparar as previsões através de benchmarking, por exemplo. Desde o aumento da competitividade à redução de custos e mitigação de riscos, adotar uma abordagem estratégica e flexível oferece inúmeros benefícios às organizações. O primeiro passo é investir em ferramentas que permitam armazenar grandes quantidades de dados sem comprometer a performance das operações. Outro fator crítico é construir um sistema de data governance robusto, organizado e fidedigno, de forma a garantir políticas claras de qualidade, segurança e acessibilidade, garantindo a conformidade com os diversos regulamentos da Indústria. E por falar em conformidade, a implementação de BI, tal como outras ferramentas, não está isenta de desafios. Assim, destaco três dos principais obstáculos que as organizações enfrentam:
Para que tudo isto funcione, é mandatório que as empresas promovam uma cultura data-driven extensível a todos os níveis da organização. Falar em BI sem falar de cultura data-driven, é como ter uma enorme biblioteca e não saber ler – ou seja, a informação está disponível, mas não a sabemos interpretar. Este pode, também, ser considerado um dos grandes desafios das organizações e para mudar esta realidade, a aposta na formação, para que as equipas estejam a par das novas tecnologias e metodologias, deve ser um processo contínuo, capacitando os colaboradores, não só a justificar as suas escolhas/ decisões com base em dados, como também a desenvolver um pensamento analítico mais sólido, incorporando as melhores práticas no dia-a-dia. O sucesso de uma estratégia baseada em dados depende tanto da tecnologia quanto das pessoas que a utilizam.
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