Se até agora a Inteligência Artificial (IA) poderia ser considerada uma buzzword, ou uma tecnologia pouco acessível ao cidadão comum e generalidade das empresas, com a revolução introduzida com a AI Generativa e o crescimento a que assistimos nos últimos dois anos, passou a ser um game-changer.
Todas as organizações procuram o mesmo neste momento: aproveitar o potencial da IA para inovar, superar desafios e manter-se competitiva no mercado. Ao longo de 2024, assistimos à generalização e massificação da GenAI e aos infinitos debates sobre a sua real utilidade. Atualmente, preparamo-nos para um cenário de mudança radical que irá testar a capacidade das empresas em construir um ecossistema tecnológico, onde exista uma convergência entre inovação e responsabilidade. Em 2025, a era da experimentação será substituída pela reinvenção – é tempo de, efetivamente, implementar (e também descartar) muito do que tem vindo a ser testado nas organizações em provas de conceito, projetos-piloto, discussão de use cases. Esta mudança marcará, significativamente, os negócios, com a introdução de inovação, implementação de novas funcionalidades, reformulação de processos, etc. Neste sentido, identifico três grandes tendências que vão impactar as organizações no próximo ano: AI Pivot Barriers A GenAI tem dominado os debates sobre tecnologia e Inteligência Artificial. Espera-se que 2025, seja o início de um plano de viragem, onde a “hiperexperimentação” fica para trás, dando lugar à fase de reinvenção. Escassez de developers, custos elevados, estratégias pouco definidas e fraca coordenação entre as várias equipas e entre o IT e o negócio são alguns dos fatores que têm vindo a condicionar a taxa de sucesso da implementação de GenAI nas empresas. Perante este desafio, e de acordo com as previsões da IDC, é possível que até 30% das organizações reconsidere os seus investimentos em GenAI, caso as soluções criadas não estejam a impactar o negócio. Assim sendo, as empresas devem optar por uma abordagem menos complexa e avançar progressivamente, de forma a gerir as expectativas dos decisores e a aumentar o conhecimento das equipas. Agentes de Inteligência Artificial A evolução dos AI Agents representa uma mudança de paradigma que redefine os limites da Inteligência Artificial tradicional. Com um elevado grau de autonomia, estes agentes são capazes de executar tarefas predefinidas de maneira independente, revolucionando múltiplas áreas. Desde a tomada de decisões sem intervenção humana, passando pelo desenvolvimento de software, até à otimização de processos, esta tecnologia oferece soluções altamente eficientes, gerando um impacto significativo na produtividade organizacional. Estima-se que, até 2028, 15% das decisões corporativas serão tomadas por estes agentes. Por este motivo, é importante perceber que mais do que uma ferramenta virtual que complementa ações humanas, os agentes de Inteligência Artificial são uma oportunidade para repensar o papel da tecnologia, priorizando o equilíbrio entre uma integração responsável e a proteção das necessidades humanas. Data-As-A-Product Vejo o conceito de Data-as-a-Product (DaaP) como um dos maiores desafios para as organizações nos próximos anos. Se considerarmos os dados em ativos estratégicos, e olharmos para eles como um produto, estamos a tornar as nossas empresas mais eficientes e orientadas para o negócio. Para isso, é necessário criar, não só um sistema de governance robusto, como também plataformas de Inteligência Artificial que gerem insights assertivos capazes de garantir a conformidade ética, promovendo, em simultâneo, transparência e responsabilidade. Neste caso, estas plataformas têm um papel decisivo, pois permitem criar e aplicar políticas que asseguram o uso responsável da Inteligência Artificial, enquanto “conquistam” a confiança dos stakeholders. São mais as vantagens do que as desvantagens em tratar os dados como um produto – este modelo proporciona inovação e criatividade, possibilitando que as equipas desenvolvam soluções com data previamente disponível, o que aumenta a eficiência e a produtividade das organizações. Mas não só, o lucro também é maior. De acordo com a IDC, até 2028 prevê-se que o valor investido em Inteligência Artificial, a nível mundial, ultrapasse os 700 mil milhões de euros. Um indicador impressionante, sem dúvida. 2025 será um ano crítico nesse processo – o ano da implementação efetiva da GenAI e de (mais uma!) reinvenção tecnológica. Potenciar a inovação responsável, alertar para o uso consciente da tecnologia, apostar na robustez da “governança” da Inteligência Artificial e no potencial dos AI Agents são estratégias que transformarão o futuro das empresas.
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