O mundo está hoje permanentemente ligado à Internet. São os nossos carros, computadores, frigoríficos, televisões, telemóveis e essencialmente nós, seres humanos, as entidades mais ligadas à Internet e, através dela, a outros serviços, computadores, telemóveis e ligados, claro está, a outros seres, humanos e não humanos
Um dos principais responsáveis por esta dependência de conectividade foi a tecnologia 4G. Silenciosamente, o 4G transformou e muito a forma como estamos e comunicamos com o mundo. Vulgarizou o Instagram e o Whatsapp: hoje partilhamos fotos e vídeos ou fazemos lives no Facebook ou no Youtube a partir de onde estamos. Nunca antes conseguimos envolver todos os nossos contactos remotos, em tempo real, em eventos da nossa vida como hoje. Da mesma forma, hoje existem mais serviços em streaming como nunca antes, isto porque as velocidades de transmissão permitem isso mesmo. Assistimos ao longo destes anos de 4G a uma alteração profunda no comportamento de consumo de conteúdos. Hoje posso escolher quando, onde e como quero ver um conteúdo video. Fenómenos como o Netflix apareceram e mudaram a forma como vemos televisão. Criou igualmente novos mercados e novas profissões: os influencers são hoje uma disciplina de marketing e a prova de que um consumidor pode, a partir do seu dispositivo, afetar, limitar ou potenciar o consumo global de um produto. As regras de comunicação no mercado alteraram-se dramaticamente e ainda só estamos no inicio desta jornada. Há cerca de um mês, assisti a uma apresentação sobre 5G onde me mostraram pela primeira vez a grande diferença entre o 4G e o 5G. Com 4G, conseguimos realizar o download de um vídeo de 3 minutos (10MB) em cerca de 10 segundos, dependendo da velocidade disponível. Com 5G, conseguimos fazer o download de todas as séries do “Game of Thrones” (aproximadamente 20GB) nos mesmos 10 segundos. Isto revoluciona a nossa experiência de navegação online para incluir mais e mais conteúdo HD e em streaming. É uma transformação na qualidade dos conteúdos que vemos, com uma procura naturalmente maior de hardware que permita tirar partido da velocidade de transmissão. A Internet das Coisas (IoT) vai finalmente ter uma infraestrutura robusta para processar a quantidade brutal de informação, cálculos e decisões necessárias para realmente tirarmos partido da interligação entre os nossos objetos. Da mesma forma, iremos ter mais Software-as-a-Service graças ao potencial de rapidamente transferirmos dados de um servidor para o nosso dispositivo. Estas duas tecnologias precisam de uma rede com menos custos para o utilizador, menor latência e muita capacidade de processamento. Ora com 5G, espera-se que os custos baixem, a latência seja menor, a velocidade maior e, finalmente, o processamento vai poder ser realizado em supercomputadores e transferido diretamente para os dispositivos. Casos exemplares de utilização do VR e AR no 5G serão:
Estamos a dois anos de distância, mas este é o momento para começarmos a avaliar os impactos que estas tecnologias podem ter no nosso negócio, porque tudo vai mudar. Outra vez.
por Mário Martins, Head of Presales & Delivery da NextReality |