O Poder da Transformação Digital

O Poder da Transformação Digital

O que é a Transformação Digital? É importante compreender a ligação entre a Transformação Digital e a Internet das Coisas.

Dito de forma simples, a IoT refere-se a qualquer sensor, accionador, dispositivo informático ou de comunicação, armazenamento ou componente de rede que está ligado à internet –o que vai desde os relógios inteligentes até aos sensores que monitorizam a humidade do solo, e desde o rastreio da qualidade do ar no centro das cidades até à monitorização da temperatura nos discos rígidos de um datacenter.

A IoT permite que todos os dispositivos ligados comuniquem, independentemente da interacção humana, para trocarem informação, controlarem e serem controlados por outros dispositivos. O processo de comunicação directa entre dispositivos ligados à IoT chama-se comunicação máquina a máquina ou comunicação M2M. Assim, a IoT é um conjunto de dispositivos e tecnologias. Ela abre caminho para a Transformação Digital, que é uma transformação empresarial radical, disruptiva, possibilitada pelas tecnologias da Internet das Coisas.

Há uma revolução silenciosa em curso, em todo o mundo, em múltiplas indústrias. É conhecida como Industry 4.0, ou a quarta revolução industrial – e é uma força imparável que está a transformar o negócio como o conhecemos. 

A Transformação Digital está a trazer mudanças radicais a processos de negócio em todas as partes da cadeia de valor – e isto aplica-se até aos produtos que não podem ser digitalizados, como as chávenas de café, uma peça de mobiliário ou um SUV.
Esta digitalização da economia analógica não deve ser confundida com negócio digital, que é onde a oferta central é digital por natureza, como um MP3, downloads de e-books ou serviços de redes sociais. A digitalização é o processo que transforma toda a cadeia de valor, não necessariamente o produto ou o serviço em si.

Em torno do produto ou serviço central, a maioria – mas não necessariamente todas – das partes da cadeia de valor podem ser transformadas através da digitalização, da geração da ideia à experiência do cliente, via inovação aberta e I&D, da obtenção de matérias-primas, passando pela produção e até à entrega, suporte pós-venda e manutenção, incluindo mesmo a reciclagem e a gestão do fim do ciclo de vida.

Dificilmente há qualquer subprocesso que não possa ser melhorado ou tornado mais eficiente através da digitalização e todos os subprocessos podem ser interligados numa única e muito melhor experiência do cliente. É por isto que se justifica falar em Transformação Digital.

Tal como uma lagarta se transforma numa borboleta, os processos tradicionais podem ser alterados, de forma quase irreconhecível – e agilizados para interagirem uns com os outros – incluindo os sistemas de produção, funcionamento, pagamento e manutenção, o marketing, a gestão da experiência do cliente e até a reciclagem e a gestão do fim do ciclo de vida.

Eu arriscaria dizer que a Transformação Digital aplicada à manufactura e à produção industrial é a verdadeira quarta revolução industrial. A primeira ocorreu há uns 200 anos com a apresentação da energia mecânica operada a vapor e das linhas de montagem, enquanto a segunda foi a adopção da energia eléctrica, há cerca de 100 anos. Depois, há mais ou menos 50 anos, assistimos à terceira revolução industrial, relativa ao uso do controlo eléctrico e da automação. 

Nesta definição, a Transformação Digital pode ser chamada de Indústria 4.0, termo que teve origem na Alemanha, mas que está a ser adoptado noutros pontos do mundo. Esta definição realça como a digitalização abrange a IoT, a computação na cloud, big data, dados analíticos, comunicação, mobilidade e tecnologias de segurança. Em suma, estamos a entrar numa era em que os processos em torno de quase tudo podem ser transformados numa proposta gerida de ciclo de vida, em que os próprios produtos se podem interligar com propostas de serviço e, em alguns casos, até sofrem transformações, passando de produto a serviço. Consequentemente, isto está a criar uma cadeia de valor redefinida, mais eficiente, de ponta-a-ponta.

As empresas que não estiverem preparadas para adoptar esta nova abordagem vão ficar cada vez mais para trás e serão seriamente desafiadas por uma nova vaga de concorrência. Ao invés, para os early adopters a Transformação Digital representa uma oportunidade única para redefinir o processo de produção industrial. Criando um novo nível de automatização e optimização para reduzir as despesas de produção e, em consequência disso, reduzir substancialmente o custo do ciclo de vida do produto.

Isto pode causar grandes perturbações ao status quo em muitos mercados: apenas por serem capazes de produzir e vender bens comparáveis a preços de referência muito abaixo dos que são possíveis de obter através dos métodos de produção tradicionais. 

O potencial da digitalização total das indústrias tradicionais é o motivo pelo qual países desenvolvidos com uma produção industrial substancial estão a ficar seriamente interessados no tema. Na Fujitsu, acreditamos que há dois sectores particulares em que a digitalização representa uma oportunidade imensa e iminente de transformação real do negócio: os Cuidados de Saúde e a Manufactura.


Dr. Joseph Reger
Chief Technology Officer, Fujitsu

 

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