Há uma tendência muito clara no aumento do número de organizações que procuram suportar os seus processos e aplicações de negócio em serviços cloud
No entanto, são muitas as que ainda dependem de infraestruturas próprias e locais, utilizando serviços cloud apenas de forma tática, para ambientes de testes e desenvolvimentos, ou quando não existe alternativa, porque há cada vez mais serviços/aplicações que só estão disponíveis na cloud. Esta resistência pode explicar-se por uma falta de conhecimento de boas práticas de transição para a cloud, ou pela ausência de um plano de transformação organizacional abrangente para a mitigação de riscos e controlo de custos. Acontecimentos mediáticos recentes têm deixado evidente que as organizações estão cada vez mais expostas a riscos, nomeadamente relacionados com a segurança da informação. Organizações que não têm serviços na cloud, em geral, estão mais vulneráveis a ameaças e, por consequência, mais expostas a riscos que podem ter impacto no seu negócio. Segundo as previsões da IDC, até 2025, 60% das organizações vão implementar serviços dedicados de cloud e 55% vão migrar os seus sistemas de proteção de dados para um modelo centrado na nuvem. Desta forma, conseguirão responder a requisitos de desempenho, segurança e conformidade. Uma das principais vantagens é o facto de os fornecedores de cloud garantirem às organizações níveis de segurança e conformidade difíceis de igualar numa infraestrutura on-premises (físicas e/ou locais). Estes serviços ajudam a melhorar a capacidade de deteção e resposta a incidentes, tirando partido da análise de dados inteligente, por exemplo, com recurso a machine learning e inteligência artificial (AI), permitindo assim uma melhor previsão, deteção e resposta a ameaças. No presente, tem sido dado grande destaque ao ChatGPT, entre outras soluções de Processamento de Linguagem Natural (NLP). A procura por este tipo de soluções deve-se à forma como podem também ajudar a melhorar a interação com stakeholders, fornecendo respostas imediatas a perguntas (frequentes) e reduzindo o tempo de resposta a clientes, permitindo também automatizar tarefas e melhorar a eficiência - operacional, financeira e energética – das organizações. A contribuição para a redução do impacto ambiental é precisamente outra vantagem da transição para a cloud. Ao migrarem os datacenters para um fornecedor de cloud pública, as organizações aumentam a sua flexibilidade, escalabilidade e reduzem a sua pegada ecológica. Esta transição permite reduzir a complexidade, bem como as emissões de carbono e o consumo de eletricidade, ao tirar partido de tecnologias mais eficientes e de instalações que utilizam energia renovável. Para além disso, a adoção de um modelo de governação com práticas de CloudOps (para a operacionalização eficiente da infraestrutura, potência de elasticidade e segurança) e FinOps (para otimizar custos e maximizar o retorno dos investimentos), assegura o melhor alinhamento da tecnologia e gestão de serviços de IT com os requisitos do negócio. Em suma, a transformação digital das organizações deve abranger pessoas, processos, tecnologia e sustentabilidade. Se, por um lado, as equipas devem ser capacitadas de modo a desenvolverem competências para melhorar o desempenho das suas funções através da utilização de novas ferramentas; por outro lado, os processos devem ser revistos e automatizados, através de aplicações que potenciem a sua eficiência e eficácia. A cloud é um dos principais potenciadores da transformação digital, seja qual for o seu setor de atividade. |