De acordo com dados das Nações Unidas, a urbanização cresce a um ritmo agressivo. Em 1950, apenas 30% da população mundial vivia em áreas urbanas
Em 2014, as populações urbanas representavam já 54% da população mundial. Os analistas projetam agora que esse crescimento continuará e que, até 2050, mais de 66% da população mundial viverá em cidades. Essa projeção significa que, até 2050, cerca de 2,5 mil milhões de pessoas serão acrescentadas à população urbana. Mas as cidades são responsáveis pelo consumo de quase 75% dos recursos naturais do mundo e pela produção de cerca de 70% das emissões mundiais de gases de efeito estufa. Esses valores constituem uma ameaça à sustentabilidade da própria cidade e à qualidade de vida das gerações futuras. As cidades precisam de novas soluções que enderecem os efeitos nocivos da urbanização e, ao mesmo tempo as tornem atraentes para residentes e empresas. O modelo das cidades inteligentes foi desenvolvido para melhorar a qualidade de vida e as oportunidades económicas das populações urbanas. As cidades começam a adotar este conceito devido, em parte, ao crescimento, a um aumento na procura de energia e recursos, a uma população com expectativas crescente relativamente a alta tecnologia e a uma infraestrutura que necessita desesperadamente de atualização para suportar tal acréscimo populacional. Entretanto, será também necessário encontrar modelos de financiamento para os projetos de cidades inteligentes, seja a nível de iniciativas isoladas, seja para o programa no seu todo. Os investidores em projetos deste tipo querem ter presente o possível retorno do investimento antes de comprometerem fundos para os programas. Os organismos de tutela, por outro lado, querem melhorar o acesso à tecnologia, a mobilidade e às capacidades do sistema das cidades para garantir que estas permaneçam um lugar apetecível para viver. Numa altura em que as barreiras tecnológicas são cada vez mais ultrapassáveis, o futuro das cidades inteligentes passa, assim, por toda a dinâmica entre a sustentabilidade ambiental e a económica dos projetos que elas englobam. Mas a necessidade, que aguça o engenho, torná-las-á, não o duvidemos, incontornáveis e, até, inevitáveis. |