A Comissão Europeia considera que é urgente debater e adotar medidas concretas para promover a aprendizagem ao longo da vida e o desenvolvimento de soft e hard skills cada vez mais escassas no mercado de trabalho. Por isso, instituiu 2023 como o “Ano Europeu das Competências”
O tema não podia ser mais pertinente, tendo em conta que 3/4 das organizações têm hoje dificuldade em contratar profissionais com as competências desejadas, quatro em cada dez adultos carecem de competências digitais básicas, só 37% dos adultos recebem formação com regularidade, e apenas um em cada seis especialistas em TI e um em cada três licenciados em áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM) são mulheres. Estes são alguns dos números divulgados pelo Digital Economy and Society Index (DESI) da Comissão Europeia, que nos desafiam a agir rápida e eficazmente sobre a capacitação e a preparação dos recursos humanos das nossas organizações para uma economia digital global, na qual a mudança tecnológica lidera a transformação dos mercados, dos modelos de negócio e das operações do nosso dia a dia a uma velocidade nunca antes vista. Abraçar a mudança e aceitar que esta nova era digital é irreversível e contribui enormemente para a economia global e a prosperidade de empresas e nações é o primeiro passo. Uma nova era marcada por uma ampla gama de tecnologias e plataformas que combinam Generative AI, Machine Learning, Realidade Virtual, Realidade Aumentada, sistemas de armazenamento em cloud, serviços partilhados, tecnologia blockchain, robótica, entre muitas outras. Todas as organizações podem ser protagonistas desta transformação digital em curso, independente do setor (mais ou menos digitalizado) onde operam. A tecnologia oferece hoje uma série de novas possibilidades de crescimento para todas. No entanto, é importante lembrar que o talento, as competências e a inteligência humanas continuam a ser os mais valiosos e importantes recursos que temos à nossa disposição para acompanhar, melhorar, tirar o máximo partido e trabalhar em completa simbiose com as máquinas – cada vez mais inteligentes, isso sim – que temos à nossa disposição. As empresas tecnológicas são chamadas à linha da frente nesta missão de mostrar a importância de continuar a investir na inteligência humana. Isto porque, embora a inteligência artificial seja capaz de automatizar e realizar muitas (cada vez mais) tarefas, o pensamento e o discernimento humanos, com todas as suas nuances na análise e interpretação de dados, ainda são essenciais para utilizar a tecnologia da forma mais adequada, ética e eficaz possível. Ao capacitar pessoas dentro e fora das TI a criarem as suas próprias soluções de software com ferramentas de Generative AI, por exemplo, estamos a democratizar o conhecimento, a multiplicação da inovação, o aumento da produtividade e a transformação dos negócios e das sociedades em todo o mundo. Mas só combinando a inteligência humana e a artificial, aproveitando os pontos fortes e diferenciadores que cada uma tem a oferecer, é que seremos capazes de criar um futuro digital mais inclusivo, sustentável e próspero para todos. Vamos a isso? |