Se o Hyperloop representa a evolução mais recente das infraestruturas de transporte, podemos afirmar que o multicloud é o Hyperloop do IT.
A cloud começou por surgir no início dos anos 2000, seguida alguns anos depois pelo aparecimento de soluções de nuvem híbrida, nos últimos cinco anos. Mais recentemente, e com grande impacto, assistimos ao nascimento e adoção das opções baseadas em múltiplas nuvens, ou multicloud. De acordo com a Gartner, até 2022 os investimentos no IT das empresas em soluções cloud crescerão mais rapidamente do que nas ofertas de IT tradicionais (não baseadas na cloud). Até lá, a mudança para a cloud nos principais mercados do IT empresarial crescerá até 28%, em comparação com os 19% registados em 2018, e as organizações sem uma estratégia de "cloud first", em que a cloud é o ambiente principal e prioritário ambiente, provavelmente ficarão atrás da sua concorrência. Os CIO, CTO e CSO de hoje reconhecem cada vez mais que as soluções cloud de fornecedor único são cada vez menos adequadas para enfrentar os desafios atuais que os dados colocam, sem falar nos desafios futuros. Para contextualizar, um estudo recente da IDC prevê que o volume de dados no planeta aumente dos 33 Zettabytes (ZB) em 2018 para os 175 ZB em 2025, metade dos quais serão armazenados em cloud pública. Com a infraestrutura de IT e os volumes de dados a crescer a este ritmo alucinante, as equipas de IT atuais necessitam de estar atualizadas com as tecnologias mais recentes. Se a gestão de terabytes de dados em vários ambientes com um único fornecedor de computação na cloud já é complicado, imagine fazê-lo com zettabytes de conjuntos de dados diferentes, através de vários fornecedores de computação cloud que oferecem variações e combinações de ambientes privados, públicos e híbridos, com diferentes SLA. Recursos humanos à parte, os dados tornaram-se no ativo mais importante para as empresas que operam no mundo digital de hoje. O movimento em direção à cloud desde o virar do século tem sido um fator subjacente à ascensão da transformação digital da última década, mas um subproduto dessa mudança (a multicloud) representa um desafio sem precedentes para gerir, usar e proteger os dados que agora são tão importantes para o sucesso das organizações. A responsabilidade pelos dados é um dos principais desafios que as empresas enfrentam atualmente, mas é normal que as ferramentas tradicionais não tomem isso em consideração ao gerir workloads em diferentes ambientes na nuvem. Embora existam muitas soluções de nicho que funcionam bem o suficiente em ambientes específicos, será que essa abordagem não promove a dependência face a um único fornecedor, aumentando a complexidade em vez de a resolver? Ao minimizar o risco de depender de um único fornecedor de computação cloud, oferecendo resiliência de serviço e oportunidades de migração e os benefícios da agilidade, escalabilidade e flexibilidade, a abordagem do multicloud já não é uma questão de “se”, mas sim uma questão de “quando”. E isto, por sua vez, alimenta a necessidade de soluções de gestão de dados que garantam a sua proteção e gestão em qualquer plataforma ou variedade de infraestrutura cloud em que residam. Num mundo em que os ambientes de multicloud estão a tornar-se cada vez mais a norma, e a mudança é a única constante verdadeira, a capacidade de uma organização de proteger os seus dados, movê-los livremente, recuperá-los e ter visibilidade sobre os seus ativos críticos é imperativa para o seu sucesso futuro. A multicloud chegou e está para ficar (pelo menos até à próxima revolução tecnológica), pelo que é chegada a hora de pôr em margem esta nova abordagem e começar a pensar em como pode servir melhor as necessidades atuais e futuras das empresas. Se já começou a modernizar a sua infraestrutura, trabalhar com os parceiros e fornecedores certos é essencial para o ajudar a acelerar esta viagem e a capacitar o seu negócio para que fique à frente da concorrência. por Iván Abad, Technical Services Manager da Commvault |