Benefícios das novas redes alargadas definidas por software (SD-WAN)

Opinião

Benefícios das novas redes alargadas definidas por software (SD-WAN)

Vivemos em plena era digital (ou, se se preferir, era da informação) e as empresas e os organismos públicos têm, mais do que nunca, de conseguir evoluir dentro desta realidade, num mercado bastante competitivo e em constante mudança.

“Rapidez” e “eficiência” são palavras de ordem para quem não quer ficar para trás. Na verdade, são-nos exigidas respostas, soluções e serviços cada vez mais céleres, mais versáteis, mais flexíveis, mais seguros, sem perda de eficácia. É este o cenário que temos e que, em parte, nos ajuda a compreender o porquê de tanto se falar da Transformação Digital das empresas.

Por um lado, os modelos de negócio das empresas têm vindo a sofrer profundas alterações com as TIC, levando, entre outros aspetos, a uma crescente automatização, agilização de tarefas administrativas, otimização de processos, o que por sua vez conduz a uma redução de custos e ganhos significativos ao nível da eficiência. Por outro lado, deparamo-nos com clientes cada vez mais exigentes e bem informados a impor mais e melhores serviços. A par disto, temos assistido a um crescimento exponencial de dados e as empresas, independentemente da sua dimensão, vêm-se perante avultadas quantidades de informação, o que tem vindo a requerer novas infraestruturas de rede. 

Atualmente, as novas redes alargadas definidas por software (SD-WAN) trazem às empresas uma perspetiva de comunicações muito mais eficiente e versátil e com menores custos. Maior capacidade, mais flexibilidade e dinamismo, personalização de serviços, segurança, escalabilidade, maior agilidade e automatização, menos erros, são alguns dos benefícios que as SD-WAN oferecem. O principal desafio para as novas redes definidas por software está na migração das redes privadas IP, preferencialmente de forma gradual e com recurso a soluções tecnológicas abertas ( não proprietárias ).  

António Duarte, presidente da
Teldat Portugal

Vejamos os dados fornecidos pelo Gartner Group, que prevê que em 2020 mais de 50% das iniciativas de atualização de infraestruturas de redes alargadas (WAN) serão baseadas em SDWAN com routers “inteligentes”, por comparação com os routers “tradicionais”. Hoje em dia esta tendência representa menos de 2% das iniciativas.
 
Ainda segundo o Gartner Group, as soluções SD-WAN parecem apresentar retornos de investimento bem tangíveis e, alguns operadores de telecomunicações e outros prestadores de serviços, estão a incorporar rapidamente nas suas ofertas as soluções de equipamentos terminais virtuais (virtual CPEs) e soluções SD-WAN.      
 
Contudo, há que alertar para o facto destas desejadas reduções de custos, quando envolvem alteração de paradigmas, poderem ter custos ocultos associados à maturidade (ou imaturidade) em termos das novas soluções necessárias e, também, face à proteção dos investimentos quando os equipamentos terminais têm que procurar servir, simultaneamente, a realidade atual e futura.

Defendo, por isso, que nos centremos na digitalização das empresas, suportando uma migração gradual das redes privadas IP para as redes públicas definidas por software, através de soluções tecnológicas abertas. Diria que as soluções ideais são as “cost effective”, graduais e abertas, utilizando routers “inteligentes”, prontos para integrar uma solução SD-WAN e permitir o seu crescimento, sem necessidade de substituir equipamentos.
   
Há na verdade um mundo novo em perspetiva para as empresas, com maior independência dos meios de transporte da informação; mais versátil para definir as políticas de prioridades entre aplicações; formas mais fáceis e intuitivas de configurar e controlar as redes na cloud; instalação automática ou quase automática dos equipamentos; alimentação de dados para as análises de Big Data; incremento da segurança; otimização de tráfego e integração facilitada com as tecnologias de virtualização.
 
Como é usual nestes casos, as primeiras iniciativas surgem mais cedo do lado das empresas privadas, mas, seguramente, o sector público tem também muito a ganhar com as novas tecnologias, principalmente se optar por tecnologias abertas que são aquelas que melhor salvaguardam a independência das soluções face aos fabricantes.    

 

 

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