Quando, após o ano 2000, o boom das chamadas dotcom arrefeceu, devido às realidades do mercado e às pressões regulamentares, a semente de uma revolução estava, contudo, lançada
O investimento massivo em capacitação efetuado nos anos anteriores, teve como resultado a grande expansão dos cabos submarinos e outros meios de transmissão de dados, assim como os meios de computação que antecedem os atuais data centers de serviços de cloud. O atual boom de investimento em plataformas AI, ainda que outro resultado não apresentasse, teria decerto o seguinte: a solidificação de uma infraestrutura nova e potencialmente transformadora, se não revolucionária, para a área analítica. Na verdade, os fornecedores de cloud têm estado a investir tanto em capacitação para workloads de AI que a NVidia,fornecedor dos GPU usados para treino de modelos de machine learning cresceu os seus resultados líquidos mais de 800% face a igual período no ano passado. Toda esta capacidade, se no início se paga cara, terá inevitavelmente o seu período de descida de preços, que a tornará mais acessível a uma faixa maior de empresas, para outros usos analíticos. Por outro lado, assiste-se já a toda um novo foco em plataformas analíticas que tirem partido desta capacidade, ao mesmo tempo que existe um investimento como nunca na capacitação de competências de analítica avançada quer a nível de investigação, quer a nível empresarial. É inegável que nunca, como agora, tantas pessoas – apesar da falta de recursos que ainda se manifesta – adquiriram conhecimentos de analítica e das suas aplicações a cenários empresariais. É evidente que todo o panorama se transformará para além da infraestrutura. Mas mesmo que fosse só por esta, já teria valido a pena: o avanço, quando é traduzido em infraestrutura, é, normalmente, mais sólido e sustentável. |