Quando se aplicam investimentos de vulto na criação de infraestruturas, os resultados, muitas vezes, só se apreciam devidamente anos depois
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Assim será com todo o esforço que levou ao desenvolvimento das vacinas para a COVID-19. Na verdade, para as áreas da saúde, esta é uma conjugação única de fatores: os situacionais, decorrentes da pandemia, e os tecnológicos. Em especial, na área de Inteligência Artificial aplicada à saúde, formas novas e mais sofisticadas de IA e métodos computacionais, incluindo investimentos em plataformas de desenvolvimento de medicamentos na cloud, estão prestes a conseguir endereçar problemas anteriormente muito difíceis de tratar. As bem-sucedidas provas de conceito entretanto conseguidas sinalizam que a utilização de Inteligência Artificial em breve se tornará crucial para acelerar os testes pré-clínicos no desenvolvimento de novos fármacos. Por exemplo, o novo composto DSP-1181 desenvolvido para tratar pacientes com distúrbios obsessivo-compulsivos foi desenvolvido pela Exscientia em colaboração com a Sumitomo Dainippon Pharma, usando metodologias de IA. Está a entrar em ensaios em humanos após 12 meses de trabalho pré- -clínico. O verdadeiro sucesso será declarado após a conclusão dos ensaios; contudo, este é um passo positivo na aplicação da IA para o desenvolvimento de medicamentos. A dispendiosa aquisição da Nuance, empresa de IA na área da saúde, pela Microsoft, é também mais um sinal das alterações estruturais que o mercado atravessa. Não admira que os maiores intervenientes no mercado das tecnologias se posicionem em torno das ofertas na área da saúde, no seguimento do que vivemos estes dois anos. A aplicação da IA às ciências da vida é, provavelmente, a próxima e maior etapa, a versão dois, da transformação digital. Talvez, até, a mais significativa. |
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