Os gastos com tecnologias e serviços de realidade virtual e aumentada foram contidos em 2020 devido à pandemia, mas prevê-se um crescimento rápido para os anos vindouros. De acordo com a IDC, este mercado vai crescer para um CAGR de 54% até 2024
Embora a pandemia tenha forçado as empresas a conter os gastos em tecnologias não essenciais, as tecnologias de realidade virtual e aumentada demonstraram um enorme potencial para certas aplicações empresariais. Assim, apesar dos números negativos noutros mercados tecnológicos, os gastos globais em AR/VR aumentaram ligeiramente para pouco mais de 12 mil milhões de euros. De acordo com os dados da IDC, este valor aumentará para um CAGR de 54% entre 2020 e 2024, quando chegar aos cerca de 73 mil milhões de euros. Para Stacey Soohoo, Research Manager, Customer Insights & Analysis, da IDC, "2020 tornou-se um importante ponto de viragem onde empresas e organizações de todas as verticais estão a abraçar a necessidade não articulada de realidade aumentada, mista e virtual", e afirma que, embora a pandemia tenha causado perturbações nas cadeias de fornecimento de empresas e forçado organizações e consumidores a conter os seus custos, estas tecnologias de realidade alargada estão a ganhar apoiantes em todo o mundo. A Soohoo acredita que uma das áreas que mais atraem é a da formação, que se tornará um dos principais casos de utilização nos próximos anos, e nota que "as empresas continuam a apostar em iniciativas de captação e transferênciade conhecimentos". Por outro lado, afirma que "a gestão das interações presenciais e dos pontos de contacto dentro e fora do local de trabalho físico são igualmente essenciais. Desde passeios de propriedade virtual a exposições de retalho, as organizações estão a adotar AR/VR para criar uma experiência personalizada e imersiva do cliente". Em números, a IDC prevê que neste período a formação e a manutenção industrial proporcionem receitas de mais de quatro mil milhões de euros cada uma e o retalho apresente mais 2,7 mil milhões de euros. Embora os consumidores estejam a gerar a maior parte dos gastos mundiais, os especialistas acreditam que os casos de uso comercial de AR/VR conduzirão ao maior crescimento nos próximos anos, graças ao investimento privado, mas também à despesa pública. O mais rápido virá das indústrias bancárias (CAGR de 126,7%), seguido do setor dos serviços de valores mobiliários e de investimento (106,1%) e governos federais e centrais (102,5%), enquanto os gastos dos consumidores vão crescer para 34,1% neste momento. A IDC sublinha que o retalho proporcionará os maiores investimentos comerciais, com 7,3 mil milhões de euros em 2024, e a produção discreta e processual irá atingir gastos de 5,9 mil milhões e 5,1 mil milhões de euros, respetivamente. Para Tom Mainelli, vice-presidente do grupo de Investigação de Dispositivos e Consumidores da IDC, "temos assistido a um grande aumento do interesse comercial na realidade virtual e ao aumento desta realidade na pandemia. Organizações de diversos tamanhos estão a aproveitar estas tecnologias para capturar e transferir conhecimento entre novos e experientes colaboradores, melhorar e agilizar as operações de campo e aumentar a colaboração entre os trabalhadores". Em termos de tecnologia, espera-se que os dispositivos de exibição sejam responsáveis por cerca de dois terços de todos os gastos AR/VR até 2024. Os serviços de consultoria e integração de sistemas serão os que mais irão aumentar neste período, crescendo para um CAGR de 77,3% e 90,7%, respectivamente. A nível geográfico, os especialistas esperam que a maior despesa em AR/VR venha da China, embora a sua quota desça em mais de 50% em 2020 para pouco mais de 36% em 2024. Já os Estados Unidos encurtarão as distâncias com a China, aumentando os gastos para um CAGR de 75,1%, enquanto na Europa crescerá para um CAGR de 72,8%.
|