Solução para escassez de talentos pode passar por contratação por competências

O modelo de competências baseados permitem que os empregadores consigam encontrar os melhores trabalhadores, ao mesmo tempo que os retêm

Solução para escassez de talentos pode passar por contratação por competências

Uma das soluções para tentar combater este problema passa por uma abordagem de contratação tendo em conta as skills dos trabalhadores, aproveitando estas características para preencher lacunas ao nível das competências, enquanto as empresas se mantêm competitivas.

Dados apresentados pelo U.S. Bureau of Labor Statistics, e citados pelo Fórum Económico Mundial, mostram que em fevereiro de 2023 existiam 9,9 milhões de empregos disponíveis e 5,8 milhões de desempregados. Esta discrepância entre trabalhos e trabalhadores disponíveis é, muitas vezes, justificada com as competências, com os setores como o alojamento e os cuidados de saúde com desequilíbrios mais acentuados entre a oferta e a procura.

Os modelos baseados nas competências dos trabalhadores permitem aos empregadores não só encontrarem os melhores trabalhadores, mas também retê-los durante mais tempo.

As áreas mais afetadas

Ao olharem para os candidatos num ponto de vista de competências (e não de qualificações académicas), os empregadores podem resolver o problema da escassez de competências, com mais oportunidades para quem pretende mudar de carreira ou recém-licenciados que procuram um emprego pela primeira vez.

De acordo com dados do LinkedIn, que abrangeram o período entre janeiro de 2020 e março de 2023, os setores enquadram-se em três categorias:

  • Mercados com mais procura do que no período pré-pandémico: Inclui serviços profissionais, serviços ao consumidor, educação, serviços financeiros, tecnologia, media e informação. Nestes casos, os mercados apresentam excedentes de candidatos, em comparação com as vagas disponíveis;
  • Condições do mercado de trabalho regressam aos níveis de pré-pandemia: Inclui serviços públicos, transporte e imobiliário. As condições de trabalho voltaram aos níveis de pré-pandemia. No entanto, há ainda muitas vagas disponíveis nestes setores;
  • Mercados estão mais “apertados” do que antes da pandemia: Inclui áreas como a indústria, o setor energético, hospitalidade, hospitais e cuidados de saúde. Nesta categoria as condições apresentam-se excecionalmente mais condicionadas quando comparadas com o período pré-pandémico. São áreas dominadas sobretudo por mulheres, trabalhadores com baixo grau de ensino e tendencialmente mais vulneráveis a sofrerem discriminação laboral. Em alguns dos casos, as empresas aumentaram os salários para compensar a escassez de mão de obra. Contudo, a demanda de trabalhadores qualificados continua a ser superior à oferta disponível.

Contratar com base nas competências

Ao terem por base as skills apresentadas pelos trabalhadores, as empresas podem encontrar e atrair talentos que preencham as posições disponíveis a longo prazo.

De acordo com dados do LinkedIn, em 2022, mais de 45% dos contratados usaram dados de competências para preencher as vagas de trabalho, o que se traduz num aumento de 12% ano a ano.

Segundo o Fórum Económico Mundial, este tipo de escolha de trabalhadores através das suas competências, ao invés do habitual fator da experiência, permite um aumento de talentos só no sexo feminino de 24% relativamente aos homens.

O Future of Recruiting Report de março de 2023 concluiu também que a contratação com base em skills é cinco vezes mais preditiva do que contratar com base nos estudos e na educação e duas vezes mais preditiva do que contratar com base na experiência de trabalho.

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