Um relatório da McKinsey concluiu que a automação assumirá uma parte significativa das atividades de trabalho na Europa até 2030
Mais de 90 milhões de trabalhadores em toda a Europa (cerca de 40% do total da força de trabalho) terão de desenvolver novas competências significativas nas suas funções atuais nos próximos dez anos, uma vez que a automação coloca 51 milhões de postos de trabalho em risco, alerta um novo relatório da empresa McKinsey. Os analistas acreditam que cerca de 22% das atividades da força de trabalho em toda a UE podem vir a ser automatizadas até 2030. O contexto pandémico atual veio acelerar esta realidade, pois fez com que grande parte dos postos de trabalho ficassem em risco devido aos processos de automação. Atendimento ao cliente e vendas, serviços alimentares e o setor imobiliário são os três grupos mais vulneráveis. Posto isto, é fundamental assegurar que os funcionários estão a adquirir novas competências que lhes permitirão ultrapassar esta realidade. "É fundamental que os profissionais de setores em declínio procurem adquirir o tipo de competências que estão a ser procuradas em ocupações crescentes", explica Susan Lund, autora do relatório da McKinsey. "Existem também outras habilidades-chave que os humanos podem fazer muito bem – muito melhor do que as máquinas – e que serão o material de origem para os empregos nos próximos anos", afirma Susan Lund. "Habilidades sociais, emocionais e capacidades cognitivas mais elevadas são apostas futuras. Isto significa uma capacidade de trabalhar em conjunto, de treinar, ensinar e gerir, mas também fortes capacidades de resolução de problemas e de pensamento crítico". A procura de competências socias vai crescer até um terço, refere o relatório, uma vez que os trabalhadores humanos se concentram em papéis que as máquinas não conseguem cumprir, que requerem interação, cuidados, ensino e formação, bem como a gestão de equipas. A investigação mostra ainda que o crescimento do emprego noutros setores compensará em grande medida a perda global de postos de trabalho. Do mesmo modo, poderão surgir novas oportunidades para permitir uma transição mais suave para os trabalhadores. A empresa de robótica Universal Robots, por exemplo, já está a implantar "cobots" (ou robôs colaborativos) para empresas, que são projetados para simplificar o uso da automação para funcionários humanos. A empresa desenvolveu cursos online, que diz permitir aos trabalhadores sem formação em engenharia programar um "cobot" em apenas 87 minutos. O método, de acordo com a Universal Robots, inverte a ideia de que a automação está a tirar empregos aos humanos e, em vez disso, dá ferramentas aos colaboradores para controlar melhor as suas atividades. |