Com os data centers a fazerem uma trajetória de crescimento exponencial, os peritos da fibratel destacam alguns dos desafios que a indústria enfrenta no ano de 2023
Tanto a nível global como nacional, o setor dos data centers registou um crescimento notável, que deverá continuar nos próximos anos, afirma a Fibratel. Para Portugal, as previsões apontam para que o país possa assumir um papel de relevo, entrando no mapa dos maiores data centers da Europa com a construção do projeto Sines 4.0 que foi concebido para ser 100% verde. Os data centers assumem-se como um fator chave para a economia portuguesa, onde grandes empresas do setor já estão a realizar grandes investimentos para construir as suas infraestruturas. A manutenção destes investimentos depende não só dos benefícios que o país oferece para as infraestruturas, como a localização geográfica, mas também com o saber lidar com as novas exigências do mercado e enfrentar futuros desafios, afirma Ignacio Cereijo, diretor de desenvolvimento de negócios da unidade de fdata, unidade especializada de data center da fibratel. Assim, os centros de dados devem desenvolver-se de forma a garantir este crescimento exponencial. Neste sentido, os peritos da fdata destacam alguns dos desafios que a indústria enfrenta no presente. SustentabilidadePorque o ambiente é uma das principais preocupações das empresas, os data centers estão a dirigir os seus esforços na transição para data centers sustentáveis, com destaque para a eficiência energética. Para este fim, além de estudar a localização das instalações para favorecer a poupança de energia, a fdata afirma ser importante conhecer as alternativas existentes em termos de processadores e refrigeração de infraestruturas. Neste sentido, a refrigeração líquida deverá tornar-se ainda mais popular no futuro. Esta alternativa tem uma capacidade de refrigeração mil vezes superior ao arrefecimento por ar e requer dez vezes menos energia para remover o mesmo calor, e a implementação deste método de arrefecimento poderia poupar mais de 205.000kWh para um rack de oito servidores em comparação com o arrefecimento a ar. DisponibilidadeApesar de ser cada vez mais desafiante, assegurar a disponibilidade dos data centers é fundamental para garantir o seu funcionamento e, por conseguinte, a sua viabilidade económica, explicam os especialistas. A este respeito, crescem os data centers Tier IV, que garantem uma disponibilidade muito próxima de 100%. Com vários sistemas de manutenção independentes e simultâneos, estes data centers não são afetados por um evento imprevisto ou uma manutenção planeada, evitando uma interrupção no serviço. Esta é a certificação mais robusta que um data center pode receber e, até 2023, os peritos de fdata esperam que estas certificações aumentem devido à transformação de muitos centros de dados existentes e à construção de novos centros. Atração e retenção de talentoO rápido crescimento desta indústria torna necessário recrutar mais pessoal para assegurar um serviço otimizado, contudo, nos últimos anos tem havido uma certa dificuldade na atração e retenção de talentos. Isto leva a uma escassez de profissionais no setor, o que significa que muitas empresas são incapazes de satisfazer as quotas de procura. Assim, 2023 apresenta uma oportunidade para as empresas e instituições de ensino destacarem a importância da formação na indústria dos centros de dados, incorporando mais conhecimentos especificamente relacionados com este tema. EnergiaA poupança de energia e a utilização de fontes de energia renováveis são dois dos principais desafios do setor, uma vez que a indústria dos data centers é um dos maiores consumidores de energia. Assim, para além da adoção de medidas para melhorar a eficiência energética, é relevante optar pela utilização de energias renováveis. “Embora estes desafios tenham sido relevantes durante 2022, tornar-se-ão ainda mais importantes em 2023, quando se esperam grandes investimentos neste setor”, conclui Ignacio Cereijo. |