Um inquérito realizado pela Beta-i revelou dados sobre a evolução do mercado de inovação em Portugal nos último ano. 70% da amostra afirma que o número de projetos e o envolvimento com diferentes players aumentaram em relação ao período pré-pandemia
Após um ano atípico no que diz respeito a desenvolvimento de negócios, startups, empresas, centros de investigação e investidores, maioritariamente portugueses, consideram que a necessidade de colaboração com diferentes stakeholders do ecossistema para a resolução de desafios de inovação ou de transformação digital aumentou, registando-se ainda uma maior procura por parceiros sediados em Portugal. Estas são algumas das conclusões que resultaram de uma análise conduzida pela consultora colaborativa Beta-i junto de players da comunidade tecnológica nacional, que compara os meses de pré-pandemia com a situação vivida atualmente. 71% dos inquiridos afirmam que o número de projetos de inovação desenvolvidos entre startups, empresas, universidades e centros de investigação registou um aumento, entre março de 2020 e março do presente ano. Em simultâneo, mais de 50% registou um aumento do seu número de parceiros de inovação, numa tentativa de encontrar novas soluções para os desafios trazidos pela pandemia, sendo que 47% dos inquiridos deu uma maior preferência à procura por parceiros locais, em detrimento de entidades de fora do país. “Este levantamento foi realizado junto de pessoas que trabalham diariamente com a inovação e a transformação digital, num ano onde agir rapidamente e fazer diferente foi fundamental. Um ano depois, este inquérito mostra-nos assim como estes últimos 12 meses foram sem dúvida cruciais para o ecossistema melhorar a forma como lida com ambientes de incerteza e, sobretudo, para repensar a forma como encara a inovação. A colaboração, enquanto um caminho concreto para a geração de resultados e de inovação, ganhou uma nova força, com mais de 70% da comunidade a afirmar o crescimento desta crença”, afirma Alisson Ávila, cofundador e responsável pela área de Comunicação e Conhecimento da Beta-i. Segundo Alisson Ávila “é preciso entender o contexto dos dados antes de assumir uma curva ascendente constante, no que diz respeito à colaboração para a inovação e o desenvolvimento de novos projetos. Os resultados refletem um cenário muito concreto e expectável de movimentação ao nível do digital, o que não representa necessariamente uma maior geração de receita. Será preciso atravessar o ano de 2021, que nos parece muito mais desafiante para os negócios do setor, para confirmar esta tendência de que a colaboração para a inovação se afirma de facto enquanto cultura e processo para a geração de resultados no mercado”. A crença na inovação e transformação digital como agentes de mudança aumentou junto de 47% da amostra. No entanto, para 52% dos inquiridos, o seu otimismo pessoal em relação ao futuro mantém-se semelhante ao período pré-pandemia. Uma postura mais cética ou pragmática está assente em temas que ultrapassam o contexto da pandemia - como por exemplo, a diversificação dos modelos de financiamento à inovação e a redução da burocracia e regras de compras públicas. A consultora de inovação colaborativa Beta-i registou ainda um aumento do número de projetos em março de 2021 (22), em comparação com março de 2020 (15). Além disso, a receita no primeiro trimestre de 2021 registou um crescimento de 22% em comparação com o mesmo período de 2020. |