De acordo com um estudo da Accenture, 80% dos bancos planeiam – ou já estão mesmo a migrar – os mainframes para a cloud
Os bancos estão a reduzir a sua longa dependência de tecnologias de legacy mainframes e a planear mover uma parte significativa das suas funções core de negócio para a cloud para lançar novos produtos mais rapidamente e manter-se competitivos, de acordo com um novo estudo da Accenture. Intitulado “The great cloud mainframe migration: what banks need to know”, o estudo é baseado numa investigação global com 150 executivos bancários cujas instituições estão a planear ou já começaram a migrar os seus mainframes para a cloud. O estudo mostrou que cerca de quatro em cada cinco inquiridos (82%) planeiam mover mais de metade dos workloads para a cloud – incluindo quase um em cada quatro (22%) que pretende mover mais de três quartos. A maior parte dos bancos começou a migrar determinadas aplicações para a cloud, mas ainda conta com a tecnologia de mainframe para a maioria das funções core do negócio, incluindo registos de clientes, pagamentos, investimentos, risco e compliance. “Embora muitos bancos tenham adotado a cloud para sistemas voltados para o cliente, como serviços bancários mobile e online e ferramentas para colaboradores, como email e videoconferência, ainda contam com a tecnologia de mainframe mais antiga para as funções core do negócio”, afirmou Luís Pedro Duarte, Vice-presidente, responsável pela área de Serviços Financeiros da Accenture em Portugal. “Avançaram até onde puderam e estão na mesa necessidades de transformação importantes para atacar e um agudizar da capacidade de atrair talento que não vê carreira em tecnologias com mais de 30 anos. Perante o aumento das taxas de juros, da concorrência das fintechs e do aumento da concorrência em produtos e canais digitais, os bancos precisam da cloud para os ajudar a impulsionar rapidamente a inovação de produtos e serviços bancários. Apenas lá vão encontrar evolução tecnológica para os desafogar das amarras que os limitam hoje”. O estudo observa que estes bancos veem fortes argumentos para a migração de mainframe, como a velocidade e agilidade; a segurança; e a capacidade de escalar recursos como fortes motivadores da migração (referido por 43%, 41% e 37% dos inquiridos, respetivamente). Entre os principais desafios ou barreiras relacionados com a migração de mainframe para a cloud estão o risco de disrupção dos negócios; falta de conhecimento sobre como o código funciona; a capacidade de atrair e reter o talento tecnológico certo; e a regulação de riscos de segurança e compliance. “Os bancos são bons a recrutar e investir em jovens talentos, mas a retenção é um desafio”, disse Luís Pedro Duarte. “Os bancos de sucesso estão a reformular as suas culturas ao criar roadmaps para as skills que precisam no futuro, desenvolver estratégias para contratar novas pools de talento e requalificar a sua força de trabalho. Alguns também estão a aumentar drasticamente o uso de pools de talento externas e a adotar forças de trabalho remotas e híbridas. Enfrentar os desafios de talento será crucial para os bancos alcançarem as suas metas de migração de mainframe nos próximos anos”. |