Estudo indica que as empresas pioneiras na implementação de práticas de inclusão e diversidade beneficiam de novas mais-valias, visto que estas práticas são uma fonte de inovação e diferenciação e permitem aumentar as suas receitas
O novo estudo do Capgemini Research Institute, intitulado “The key to designing inclusive tech: creating diverse and inclusive tech teams”, revela que 90% das empresas em todo o mundo estão a fazer um esforço para implementar práticas de inclusão e de diversidade no seio das suas organizações. Para poderem aceder a várias comunidades, as administrações das empresas devem estar plenamente conscientes da importância das práticas de inclusão e diversidade. O estudo sublinha que as organizações que conseguirem implementar estas práticas nos seus departamentos de TI poderão aproveitar as oportunidades que daí decorrem a nível da inovação, do aumento das receitas e da valorização das suas marcas. Durante a pandemia, a pressão sobre as empresas para recrutarem talento tecnológico num universo cada vez mais reduzido de possibilidades aumentou exponencialmente. Consequentemente, mesmo que as empresas tenham procurado encontrar o talento certo para responder ao seu desenvolvimento, o foco nas boas práticas de diversidade e inclusão passou a ser secundário. Acresce ainda que emergiu uma profunda clivagem entre o que é a perceção positiva dos gestores das empresas sobre a inclusão e a diversidade no seio das suas equipas de TI, e a dura realidade experienciada pelos membros das suas equipas que são de minorias étnicas e do sexo feminino. O estudo revela que 85% dos gestores acreditam que as suas empresas oferecem oportunidades justas de desenvolvimento de carreiras e de promoção a todos os seus trabalhadores, mas apenas 18% dos trabalhadores do sexo feminino e dos que pertencem a minorias étnicas concordam com esta perspetiva. A este desfasamento soma-se uma outra questão que persiste sobre a diversidade, a equidade e a inclusão (DE&I) nas equipas de design de produtos e serviços tecnológicos para o público em geral: os executivos acreditam que estão a ser feitos progressos, mas os colaboradores das equipas de TI que estão no terreno, continuam pessimistas sobre aquilo que é efetivamente a realidade. A disparidade que existe nas perspetivas que ambos os grupos têm sobre este assunto é muito relevante: 75% dos gestores acredita que os seus trabalhadores do sexo feminino e de minorias étnicas têm um sentimento de pertença à empresa, mas apenas 24% dos colaboradores que desempenham funções de TI concorda com esta perspetiva. Por outro lado, enquanto 53% destes colaboradores se sentem à vontade para partilhar as suas experiências pessoais com outros colaboradores e colegas, só 9% revelou sentir-se preparado para o fazer com as suas administrações. Apenas 16% dos trabalhadores do sexo feminino e dos que pertencem a minorias étnicas acreditam estar bem representados nas equipas de TI. Além disso, nestas equipas apenas um em cada cinco colaboradores é uma mulher; e apenas um em cada seis é oriundo de uma comunidade étnica minoritária. No que se refere às oportunidades de carreira, o fosso existente entre os trabalhadores de origens não diversas e do sexo masculino e os trabalhadores oriundos de minorias étnicas e do sexo feminino é ainda mais evidente. Por exemplo, apenas 22% dos colaboradores de TI de cor acreditam ter hipóteses iguais de evoluir em comparação com os seus colegas de origens não diversas. O fosso de perceção existente entre os gestores e os seus trabalhadores do sexo feminino e de minorias étnicas sobre o nível de inclusão é menor nas organizações que possuem uma cultura inclusiva mais avançada. Quando se questionaram as equipas de RH sobre se as mulheres e as minorias étnicas que integram as equipas das suas empresas têm acesso igual aos dos restantes trabalhadores aos recursos disponíveis, a clivagem da perceção que existe nas organizações mais inclusivas face às demais é muito significativo (31% contra 55%). |