A ONU diz que é improvável que a IA generativa assuma o trabalho da maioria das pessoas, mas o setor administrativo está exposto ao risco de automatização
A Inteligência Artificial (IA) generativa provavelmente não assumirá por completo o emprego da maioria das pessoas. Segundo um estudo da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado esta segunda-feira, o impacto da IA será sobretudo na automatização de uma parte das tarefas dos trabalhadores, libertando-os para se focarem noutras funções, e pode ser “brutal” nos profissionais afetados. No entanto, a ONU alerta que o trabalho administrativo será a ocupação profissional mais afetada pela integração da IA, em particular pela GenAI – capaz de gerar texto, imagens, sons, modelos 3D, entre outros, – sendo que cerca de um quarto das tarefas do setor estão altamente expostas a uma potencial automatização. Para além disto, o impacto mais forte seria no emprego feminino, devido à sobrerepresentação das mulheres no setor, sobretudo nos países mais ricos. O receio da destruição de empregos tem-se sentido à medida que cresce o interesse na IA generativa e nas suas aplicações de chatbots. Porém, o estudo realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), a agência da ONU especializada em questões laborais, conclui que “a maioria dos empregos e das indústrias estão apenas parcialmente expostas à automatização e, portanto, são mais suscetíveis de serem complementadas em vez de substituídas pela IA”. Estas profissões incluem, por exemplo, managers e vendedores. Isto significa que “o impacto mais importante da tecnologia será provavelmente o aumento do trabalho”, acrescenta a OIT. “Portanto, para os decisores políticos, o nosso estudo não deve ser interpretado como uma voz calmante, mas sim como um apelo ao aproveitamento da política para enfrentar as mudanças tecnológicas que estão sobre nós”. |