De acordo com os especialistas, a despesa tecnológica deste ano vai cair 6,5% em termos homólogos na região da EMEA
Ao longo deste ano, vários fatores convergiram para que o mercado das tecnologias da informação encerrasse com uma diminuição de 6,5%, ligeiramente menos do que as previsões globais feitas há alguns meses. Os especialistas da Gartner acreditam que os responsáveis por esta queda são as tensões macroeconómicas, as complicações geradas pelo Brexit e pela guerra comercial EUA-China, mas sobretudo, a incerteza e a contenção económica causada pela pandemia COVID-19. Os analistas preveem que, depois deste ano difícil, os gastos de IT na região da EMEA poderão crescer 2,8%, atingindo cerca de 1.075 biliões de euros. Como explica John-David Lovelock, vice-presidente de investigação da Gartner, no seu mais recente relatório, "os efeitos combinados do Brexit e as intervenções de saúde pública da COVID-19 farão com que os gastos de IT na EMEA diminuam em 2020". E acrescenta ainda que, "antes da pandemia, a maioria das organizações avançava com as suas estratégias digitais a um ritmo constante. O caminho a seguir é que as organizações aumentem, em vez de abrandarem as suas iniciativas de negócio digital e financiem essas iniciativas desviando fundos de outras áreas de IT". Este comportamento mais positivo deve-se ao facto de as organizações terem de proceder a uma mudança nos seus modelos operacionais e de negócio, porque precisam de se adaptar à nova realidade que tem sido moldada pela pandemia. Isto passa necessariamente por uma maior integração de certas tecnologias, especialmente aquelas que ajudam a garantir a resiliência do negócio em condições tão difíceis como as causadas pelas medidas de doença e confinamento. A Gartner destaca que grande parte dos gastos tecnológicos que as organizações vão fazer em 2021 irão para dispositivos. Prevêem que passe de uma redução de 15% este ano para um crescimento de 1,7% no próximo ano. Assim, os gastos em computadores portáteis e desktops leves poderiam crescer 10%, enquanto os gastos em plataformas como serviço poderiam aumentar 60%. Para Ranjit Atwal, vice-presidente de investigação da Gartner, "a pandemia forçou os empregadores a adotar trabalho remoto, tornando-o uma política estratégica de mão de obra. Os computadores portáteis são uma necessidade de trabalho remoto, e as organizações da EMEA vão reorientar parte dos gastos nestes equipamentos". O vice-presidente de investigação da Gartner recorda que, embora os Estados Unidos liderem iniciativas de teletrabalho a nível global, na Europa os gastos com tecnologias para trabalho remoto aumentarão 5% no próximo ano. Entretanto, os investimentos em plataformas de colaboração e conteúdo crescerão 17%, 11% de software de segurança e 4% de serviços de comunicação e conferência de cloud unificados. |