Uma investigação da Gartner revela que, apesar da ação de mitigação realizada pelas equipas de gestão de riscos empresariais, os riscos de terceiros colocam em causa a operação de uma empresa
Uma pesquisa realizada pela Gartner em setembro de 2022 e que contou com 100 membros do comité executivo de risco mostra que 84% dos entrevistados afirmam que o risco de falhas de terceiros resulta em interrupções operacionais. Para a consultora, os riscos de terceiros envolvem, pelo menos, uma destas situações uma ou mais vezes nos 12 meses que antecedem a pesquisa: impacto financeiro adverso para uma organização, um maior escrutínio ao nível regulamentar, impacto reputacional e a adoção de medidas regulamentares. Esta é uma das áreas de ação das equipas de gestão de riscos empresariais (ERM) que tentam mitigar o risco de terceiros, num mundo em que os negócios estão cada vez mais ligados entre si. Chris Matlock, vice-presidente de investigação da Gartner Legal Risk & Compliance Practice, explica que grande parte das organizações está já mais dependente de terceiros para novos serviços e de forma a conduzir as suas operações. Mas deixa um alerta: “Embora o aumento do uso de terceiros possa melhorar as operações de negócios de várias maneiras, também introduz riscos que estão a provocar impactos notáveis nas organizações”. “O envolvimento do ERM em atividades de gestão de risco de terceiros aumentou em toda a linha desde 2016”, sublinhou Matlock, numa altura em que estas equipas tentam limitar o foco a um conjunto específico de problemas. De forma a melhorar a eficácia na gestão de riscos de terceiros dentro de uma grande organização, a Gartner sugere uma abordagem de gestão de riscos corporativos de terceiros, ou seja, uma solução que pretende ajudar as equipas de ERM a gerir a sobrecarga de informação originada pelo aumento da utilização de terceiros pelas organizações:
Chris Matlock defende que “o ERM deve concentrar-se na gestão de riscos corporativos de terceiros, que envolve a definição de prioridades a nível corporativo, permitindo o alinhamento multifuncional e o acompanhamento de indicadores prospetivos”. |