Ambiente regulatório e legal instável lidera o ranking de riscos para as empresas no primeiro trimestre de 2025
O ambiente regulatório e legal instável passou a ser o principal risco emergente para as empresas no primeiro trimestre de 2025, revela uma nova pesquisa da Gartner. O inquérito, com a participação de 266 executivos seniores de risco e garantia empresarial, mostra uma mudança significativa de prioridades, com esta preocupação a subir do terceiro lugar – registado tanto no terceiro como no quarto trimestre de 2024 – para o topo do ranking. Entre os principais fatores que explicam esta mudança estão as recentes alterações políticas em grandes economias, com eleições que colocaram novos governos no poder. “A arena política global está a passar por mudanças transformadoras, impulsionadas por eleições que levaram novos governos ao poder nas principais economias. Esta é, por isso, uma realidade que os executivos querem compreender melhor e antecipar, antes de enfrentarem consequências reais”, afirmou Gamika Takkar, Key Initiative Leader na Gartner Risk & Audit Practice. Além dos efeitos da eleição nos Estados Unidos, a Europa e outras regiões preparam-se também para eleições que podem reformular os contextos regulatórios. Estas transições políticas estão a criar incertezas significativas para as empresas, que se sentem obrigadas a adaptar-se rapidamente a novas realidades legais. A estas mudanças juntam-se abordagens divergentes à regulamentação da inteligência artificial, com alguns governos a apostar na flexibilidade e outros a intensificar o controlo. Este cenário de instabilidade pode ter impactos profundos nas operações das empresas, sendo que à medida que novas administrações assumem funções, pode haver alterações súbitas no foco das autoridades reguladoras. Em algumas regiões, regras antes aplicadas de forma rigorosa podem ser ignoradas, colocando as organizações num estado de indefinição. Por outro lado, os custos associados à conformidade estão a aumentar, o que obriga a que muitas empresas reavaliem estratégias e recursos. A Gartner identifica quatro áreas críticas onde as empresas devem concentrar os seus esforços de avaliação de risco: interrupções no comércio, tarifas e supply chain; volatilidade regulatória e legal; mudanças no cenário geopolítico; e alterações na imigração e no mercado de trabalho. Estes riscos traduzem-se em problemas como escassez de matérias-primas, flutuações nas taxas de câmbio, perda de produtividade, custos laborais incertos e alterações nos quadros legais. Perante este contexto, os especialistas recomendam uma abordagem proativa por parte das organizações. Para Gamika Takkar, “as empresas podem posicionar-se melhor para se adaptar a estas ameaças emergentes, priorizando possíveis interrupções e transferindo recursos para mitigar os riscos”. |