O panorama da indústria transformadora mudou significativamente nos últimos dois anos. Como resultado, houve um investimento acelerado em tecnologias de ponta e otimização de processos no sentido de melhorar a resiliência e agilidade operacional, indica a IDC, pelo que as organizações do setor têm vindo a investir em tecnologias que permitem operações remotas, automação, integração e colaboração, que apoiam a tomada de decisões orientadas por dados.
Segundo o IDC FutureScape: Worldwide Manufacturing 2022 Predictions – APeJ Implications, publicado pela IDC, a escassez de talento e eventuais constrangimentos enfatizaram a necessidade de automação de hardware e software, com o intuito de acelerar o aumento da força laboral, assim como priorizar as capacidades remotas para escalar a manutenção e otimização de ativos.
No documento, a IDC identifica as dez principais previsões para ecossistemas que priorizam o remoto e a colaboração em 2022 e nos próximos anos, fornecendo às organizações o contexto e os motores subjacentes a investimentos em IT que apoiem um fabrico autónomo e orientado pelos dados.
"As organizações de manufatura sentiram uma grande necessidade de lançar e acelerar projetos de transformação digital para resolver as crescentes disrupções na cadeia de valor e a volatilidade", disse Sampath Kumar Venkataswamy, senior research manager em Manufacturing Insights na IDC.
Mais, acrescenta que “o foco tem estado nas intervenções conduzidas pela tecnologia que permitem a captura de dados em tempo real, que permitem às organizações minimizar os riscos operacionais. Os investimentos nos canais de comércio digital assistiram a uma subida que aumenta invariavelmente as pressões de cumprimento que exigem que os fabricantes dependam de quadros ágeis", acrescentou.
As previsões da IDC para as organizações baseadas na APeJ são as seguintes:
- Processos remote-first: Até 2024, 33% das empresas A2000 desenvolverão todos os novos processos como designs remote-first, em comparação com o número muito limitado deste tipo de processos em 2020;
- Previsão de Inteligência Artificial (IA): Até 2024, 40% das previsões da cadeia de valor serão automatizadas através da utilização da IA, melhorando a precisão em 5%;
- Ofertas de Servitization: Até ao final de 2024, 50% dos OEM A2000 oferecerão produtos de serviço flexíveis que vão além dos contratos e consumíveis standard para alcançar mais de 90% de retenção de clientes e aumentar as margens de serviço em 5%.
- Vision analytics como sensor: Até 2027, 25% das organizações utilizarão vision analytics nas operações, indo além de use cases de inspeção de qualidade e de segurança para os focados no desempenho, experiência e segurança.
- Ecossistemas de dados: Até 2025, 25% dos fabricantes partilharão dados nos seus ecossistemas (parceiros, clientes, fornecedores), melhorando assim em média do OEE das suas operações em 10%;
- Comércio Digital B2B: Até 2024, impulsionado pela pandemia, 60% das organizações industriais terão investido no comércio digital B2B, melhorando assim a eficácia das vendas e do marketing em 15%.
- Ecossistemas de aplicação: Até 2024, 25% dos fabricantes partilharão aplicações com parceiros do ecossistema da indústria para melhorar a visibilidade e eficiência operacional e garantir segurança e qualidade.
- Plataformas low-code: Até 2026, mais de 40% das organizações contarão com plataformas e ferramentas de low-code para construir aplicações personalizadas inteligentes que possam suportar necessidades de fabrico conectadas, reduzindo os esforços de implantação em 33%.
- Integração conduzida por API: Até 2023, 40% dos fabricantes A2000 vão adotar uma estratégia de integração liderada por API para ligar aplicações como uma única plataforma para melhorar a agilidade e visibilidade entre as organizações.
- Tecnologias de rastreabilidade: Impulsionadas pelo aumento da procura de responsabilidade ambiental nos ecossistemas de fabrico, até 2025, 40% dos fabricantes de A2000 utilizarão tecnologias de rastreabilidade para mitigar o risco e aumentar a transparência.
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