Empresas não vão alcançar resiliência end-to-end da cadeia de valor nos próximos anos

Especialistas acreditam que houve uma mudança de paradigma sob a qual a estratégia deverá ser orientada para as incertezas

Empresas não vão alcançar resiliência end-to-end da cadeia de valor nos próximos anos

A maioria das empresas (95%) não deverão conseguir alcançar resiliência end-to-end das suas cadeias de valor, indica a Gartner. Os analistas afirmam que poucas empresas aceitaram a necessária mudança de paradigma das previsões, principalmente focadas na precisão, para se concentrarem na gestão da incerteza nas suas cadeias de valor.

Os especialistas acreditam que enquanto isso não acontecer, e os fornecedores de tecnologia não alinharem especificamente as soluções para alcançar a resiliência, em vez de simplesmente aumentarem a velocidade de decisão ou digitalizarem a cadeia de valor, a verdadeira resiliência end-to-end continuará a ser evasiva.

As empresas estão a esforçar-se para aumentar a resiliência dos seus programas de cadeia de valor hoje em dia, mas ironicamente estão a tomar medidas que podem levar a cadeias de abastecimento mais frágeis e rígidas baseadas em modelos mais firmes desatualizados”, afirma Tim Payne, vice-presidente analista da prática da cadeia de valor da Gartner. 

Acrescenta que “um foco atual em melhorar a precisão resulta em cadeias de valor incapazes de lidar com as incertezas de hoje e simplesmente reforçam as suas vulnerabilidades”.

O analista explica que a atual confusão no mercado surge em torno do conceito de resiliência e resulta num ambiente de compra de tecnologia que consiste em soluções que muitas vezes são “remarketing” para abordar a resiliência, mas que não vão ajudar as empresas a alcançar a flexibilidade e adaptabilidade necessárias que marcam a verdadeira resiliência end-to-end.

Para o alcançar e evitar cair em soluções ineficazes, a Gartner recomenda que as organizações reinventem as suas estratégias com os seguintes passos:

  • Deixar os modelos baseados na previsão e permitir que a cadeia de valor da empresa tire o máximo partido das suas táticas de mitigação da incerteza, não propagando constantemente o seu sinal de procura através da cadeia de valor. Mude o foco de planeamento para a incerteza e não exclusivamente para a precisão dos planos;
  • Mudar da incerteza desconhecida para a variabilidade conhecida, utilizando inteligência artificial e machine learning para diferentes e múltiplas previsões;
  • Começar a construir uma digital supply chain twin (DSCT), identificando parâmetros-chave do modelo que ajudariam a melhorar a resiliência das decisões;
  • Avaliar as decisões da cadeia de valor utilizando métricas de incerteza em vez de métricas de precisão, através da implementação de KPI que descrevem a capacidade da cadeia da valor de tolerar a incerteza e a “probabilidade de execução” das decisões relevantes da cadeia.
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