Segundo a Gartner, durante os próximos cinco anos os consumidores irão adicionar mais aparelhos ao seu repertório pessoal, utilizando três ou mais dispositivos ao mesmo tempo.
Em 2018, nos mercados maduros, o consumidor irá ter e utilizar mais do que três equipamentos pessoais.
A Gartner estima que no próximo ano a base instalada de equipamentos totalize cerca de 7,8 mil milhões de unidades, incluindo wearables, telefone, tablets e PCs, devendo atingir 8,3 mil milhões de unidades em 2018.
“A combinação de níveis elevados de adoção da tecnologia, a disponibilidade de redes mais rápidas e a tomada de decisões cada vez mais baseada em informação em tempo real, irá, sem dúvida, conduzir a um número maior de equipamentos por pessoa”, referiu Anshul Gupta, research director da Gartner.
A Gartner prevê que os utilizadores dos mercados maduros utilizem três a quatro equipamentos pessoais, a partir de uma mistura de equipamentos “principais” e de nicho.
Nos equipamentos principais aponta-se para os smartphones, tablets, híbridos e notebooks, que irão contribuir para a utilização de mais de dois equipamentos por pessoa, em simultâneo. Os aparelhos de nicho incluem os wearables, tais como os smartwatches, health bands, smart glasses e os novos tipos de equipamentos como os smart card, e-readers e câmaras portáteis.
Para além destas previsões, a Gartner indica também que “as empresas chinesas estão a investir agressivamente no desenvolvimento de harware de equipamentos móveis, plataformas e distribuição para garantir uma posição proeminente no mercado de smartphones”, refere CK Lu, research analyst da Gartner. “Eles não só estão focados em aumentar a lealdade e compromisso dos utilizadores, através de parcerias e investimentos, mas também estão dispostos a sacrificar as receitas atuais de harware de modo a garantir um maior património líquido e um fluxo de receitas mais lucrativas no futuro”.
Deste modo, o segmento de smartphones está a tornar-se crescentemente competitivo e complexo, estando a mudar a forma como lhe é atribuído valor.
“O mercado de smartphones vai tornar-se mais fluido, permitindo a entrada de novos players”, acrescenta CK Lu. “A entrada de empresas de Internet chinesas vai colocar ainda mais pressão nos fabricantes tradicionais de smartphones, que serão forçados a inovar para lá do harware para se manterem competitivos.”
Próximo passo: wearables capazes de ler emoções
“Com wearables a registar batimentos cardíacos, pressão arterial, padrões de sono e o número de passos dados, as emoções são a próxima fronteira dos equipamentos pessoais”, refere Annette Zimmermann, research director da Gartner.
A Gartner prevê que mais de 740 milhões de wearables estejam em utilização já em 2016, mais 20 por cento que em 2015. Os wearables deverão atingir 1,1 mil miliões de unidades em 2019.
A medição das emoções pode ser feito através uma combinação de diversos sensores, incluindo registos sonoros, mesmo até sendo ser capturadas e analisadas através do registo de expressões faciais via vídeo ou através de uma câmara imóvel.
“As organizações serão capazes de traduzir análise de voz em ferramentas de treino para empregados, de apoio ao cliente e os smartphones serão capazes de analisar conversas e de fornecer feedback sobre como melhorar as interações com o cliente”, acrescenta Annette Zimmermann.
Os equipamentos de fitness tornar-se-ão mais precisos, permitindo às pessoas medir melhor a sua saúde física e mental. Desta forma, as organizações serão capazes de registar os níveis de stress e fadiga dos seus empregados que trabalham em ambientes fisicamente extenuantes ou que se encontram sob elevados níveis de responsabilidade, tais como os controladores aéreos, podendo então tomar as medidas preventivas necessárias.
Com a recente introdução de câmaras 3D em PCs de desktop e notebooks, aliada à assistente pessoal do Windows 10, a gesticulação e os comandos de voz deverão relançar os teclados e as funções táteis existentes.
Até 2019 a Gartner prevê que mais de 60 por cento dos PCs totais terão originalmente o Windows 10. “Se pelo menos metade dos utilizadores do Windows 10 optarem por comandos de voz e gestuais, isso irá gerar 30 por cento dos PCs originais a utilizarem esta função”, indica Lilian Tay, principal research analyst da Gartner.