GS1 Portugal e DSPA promoveram workshop online dedicado às PME e como podem tirar partido dos dados
A GS1 Portugal e a Data Science Portuguese Association (DSPA) promoveram um conjunto de workshops sobre “Sensibilização e Capacitação de PMEs em Data Science e Transição Digital”. Com o objetivo de discutir a importância da sensibilização e capacitação das PME em Data Science, em Portugal e nos restantes países europeus, o Vice-Presidente da DSPA, Miguel Moreira, destacou uma tendência crescente dos empresários portugueses para a adoção de abordagens de data science e inteligência artificial (IA) que consideram essenciais e cuja adoção regista cada vez menos obstáculos, segundo reportam. Neste conjunto de workshops promovido pela GS1 Portugal, em parceria com a DSPA, serão abordados os principais desafios e oportunidades da ciência dos dados, as ferramentas de diagnóstico e desenvolvimento de competências nesta área e, ainda, a importância da capacitação das PME para a inovação e transição digital. A primeira sessão decorreu dia 13 de julho, em formato digital e totalmente gratuito, sendo que as próximas datas e temas serão brevemente anunciados. Miguel Moreira alertou para a necessidade de reverter definitivamente uma tradicional relutância na adoção e tecnologia. “Há que adotar novas abordagens para promover mais Data Science nas PMEs”. Para responder a essa necessidade, a DSPA, com o apoio do Programa Compete, concebeu e lançou o Data Science Play Book e a App, com o objetivo de aumentar o número de profissionais capacitados para trabalhar esta temática, disponibilizando-lhes esta ferramenta. O Data Science Play Book “estrutura o que é data science e as competências de suporte detalhando perfis, carreiras e competências, com exemplos de aplicação prática; apresenta as possibilidades de certificação profissional, para que se torne uma referência para profissionais e as empresas valorizem e planeiem estas abordagens; e apresenta formas de acesso a informação, para que chegue a mais profissionais”, concluiu. Equacionando a transição digital e as abordagens de data science numa perspetiva de inovação, Pedro Duque, Diretor de Inovação e Tecnologia da GS1 Portugal, apresentou o potencial do Innovation Scoring. Esta metodologia de avaliação da maturidade em inovação, da responsabilidade da COTEC Portugal, visa perceber e comparar as práticas de inovação implementadas pelas organizações. “A metodologia permite às empresas fazer uma importante avaliação quanto ao ambiente competitivo, prevendo ações que ao longo do ano são acompanhadas, estimulando a inovação interna”, explica Pedro Duque. Ainda durante a sessão, foram apresentados os casos de sucesso da EZCART e da LTP Labs, no que à transição digital diz respeito. No caso da EZCART, empresa de logística de bens alimentares, foi apresentado um modelo revolucionário de inteligência artificial, a pensar nas entregas de forma integrada. Este processo permite perceber, de modo individual, o estado de cada encomenda, com permanentes atualizações – a cada 15 minutos -, com indicadores de desempenho, prazos de entrega, rotas, com características de todos os operadores envolvidos neste processo. Este sistema, que irá ser lançado na região de Lisboa, resulta de uma parceria com a Closer e permite ao consumidor acompanhar todo o processo de encomenda, de forma simples e transparente. Luís Guimarães, da LTP Labs, apresentou o case study da empresa na área da previsão de procura e planeamento de produção e acredita que “o projeto focou-se em dois processos - previsão da procura, antecipando tendências, alicerçada no conhecimento empírico de mercados, de forma a antecipar o futuro e planeamento de produção”. O processo implementado permite uma maior precisão na estimativa de vendas futuras e uma melhor antecipação da procura futura, permitindo uma gestão de stocks e produção mais eficiente. Para Pedro Duque, da GS1 Portugal, “as empresas de maior dimensão já têm iniciativas de inovação em curso, planeadas, mas para as PME nem sempre é linear introduzir iniciativas dessa natureza no seu dia a dia, sobretudo devido à limitação de recursos. O papel da GS1 Portugal passa, precisamente, por colmatar estas necessidades das PME ao oferecer-lhes os recursos e serviços necessários para esta transição digital”. “As empresas jovens estão mais recetivas a esta temática da Data Science, enquanto empresas mais sólidas e antigas são mais resistentes à introdução de novas metodologias. Desde o primeiro momento deve existir uma simbiose entre a equipa interna, quem percebe e conhece o negócio, e a equipa externa, os especialistas na implementação da nova abordagem de Data Science”, afirma Luís Guimarães, da LTP Labs. Já para Luís Vieira e Silva, da EZCART, neste processo de transição digital e utilização de Data Science “é necessário começar pela capacitação interna, pelo entendimento básico da temática para se chegar ao use case”. Ainda durante o evento, foi destacada a importância da capilaridade no aumento da competitividade das empresas, sobretudo recentemente, em contexto pandémico. No entanto, salientou-se o contributo decisivo que data science e AI, machine learning e robótica podem acrescentar, com foco no planeamento como ferramenta fundamental para o sucesso dos negócios. |