As medidas para colocar os fornecedores das empresas como vantagem competitiva

Estudo indica que apenas 35% das 150 maiores empresas do S&P 500 colocam o gestor de compras (ou equivalente) na equipa de liderança e estas empresas conseguiram um desempenho superior às restantes do mercado em 134%, entre 2000 e 2020

As medidas para colocar os fornecedores das empresas como vantagem competitiva

Extrair mais valor dos fornecedores para fazer com que as empresas alcancem o êxito entre crises de cadeias de abastecimento, inflação desenfreada e escassez de energia, é o objetivo do mais recente livro “Profit from the Source: Achieving Multiple Forms of Competitive Advantage”, da Boston Consulting Group (BCG). Segundo a publicação, os líderes devem pôr em prática uma transformação radical dos seus negócios, colocando os fornecedores no centro da sua estratégia e, dessa forma, potenciar a sua capacidade de abastecimento.

O guia aponta dez medidas a adotar, divididas pelos três âmbitos da vida da empresa. Aos líderes, o BCG recomenda:

  • Dedicar cerca de 25% do seu tempo a questões relacionadas com fornecedores e aquisições de materiais, forjando novas relações com os que são mais importantes para o negócio;
  • Construir relações próximas com os CEOs dos principais fornecedores, que representem metade do orçamento das organizações contratantes;
  • Dar ao diretor de produto novas funções que se foquem no crescimento rentável e não apenas na redução de custos, trabalhando com os seus fornecedores para prever o inesperado.

Na perspetiva da organização, a consultora acredita que se deve:

  • Dar à equipa de abastecimento um papel central no ciclo de vida do produto, do início ao fim, para que possam contribuir de forma integrada desde a idealização à pós-produção do produto;
  • Automatizar as tarefas administrativas rotineiras de abastecimento, combinando as virtudes da criatividade humana e da tecnologia digital;
  • Dar aos gestores de compras a tecnologia baseada em inteligência artificial necessária para melhorar a sua tomada de decisão.

Por fim, ao ecossistema da empresa, nomeadamente à rede de fornecedores, a BCG aconselha:

  • Exigir um compromisso inicial para duplicar as poupanças dos fornecedores em troca de um pacote agregado de apoio empresarial para combater a inflação desenfreada;
  • Desenvolver relações just in case, e não just in time, com os fornecedores para aumentar a resiliência e a proximidade;
  • Trabalhar com os fornecedores para reduzir as suas emissões de carbono e acelerar o caminho em direção à neutralidade carbónica;
  • Reorganizar a função de abastecimento para que contemple os fornecedores como uma fonte de investimento no âmbito da pesquisa, desenvolvimento e inovação.

O livro do Boston Consulting Group conclui que a aplicação destas medidas poderá criar empresas mais fortes, mais competitivas e mais sustentáveis, realmente prontas para um novo paradigma.

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