O grande anúncio do evento da Apple foi o lançamento do iPad Pro, o grande concorrente para o mercado empresarial do Microsoft Surface.
O iPad Pro é sem dúvida uma máquina magnífica, com o seu grande ecrã de 12.9 polegadas (tem de altura o que o iPad Air tem de largura ), resolução Retina Display, processador A9 , som quadrifónico, uma espessura que proporcionalmente à sua dimensão mais parece uma simples folha , e com os seus acessórios de teclado e a caneta inteligente Apple Pencil que entende a pressão e inclinação na mão do utilizador, é provavelmente o mais bem conseguido tablet até hoje e um verdadeiro milagre de engenheiria.
No entanto, o desafio que se coloca à Apple é agora o seu mais direto concorrente, o Microsoft Surface Pro 3, um excelente concorrente.
O mercado Pro deste novo iPad é o prosumer mas sobretudo o mercado empresarial high-end, e se anteriormente a comparação se fazia entre o notebook Macbook Air e o tablet da Microsoft ( a própria Microsoft os compara no seu site ) o rival que vale agora é o iPad Pro.
Ambos os dispositivos prometem a performance de um desktop num tablet, mas com uma diferença significativa: o Surface é um dispositivo criado com um sistema operativo para desktop que evoluiu para a mobilidade, prometendo não perder muita performance, enquanto o iPad Pro é um dispositivo que nasceu da mobilidade e que promete comportar-se como um desktop.
Aqui é a Apple e o seu iOS9 claramente um “mobile first”.
Do lado empresarial a que este iPad se destina, podem não chegar as alianças estratégicas da Apple com a IBM e com a Cisco. Para as empresas que têm de decidir sobre um produto premium para executivos a questão coloca-se sempre entre os dois ecossistemas de aplicações.
Foi um pouco “estranho” ver um vice presidente da Microsoft pela primeira vez na história das duas companhias (se a memória não nos falha ) subir ao palco da Apple para endereçar as funcionalidades do Office com produtos Apple.
Por outro lado, também revela que a Microsoft não quer deixar por um momento escapar o crescente mercado dos utilizadores do iOS e do MacOS, e afinal o software de produtividade é o core do negócio Microsoft, mesmo que isso potencialize um rival no hardware.
Se a parte da suite de produtividade da Microsoft parece estar assegurada para os futuros desenvolvimentos da Apple, o ecossistema de soluções Microsoft, assim como as aplicações empresariais desenvolvidas para Windows, vão continuar a pesar na hora das empresas decidirem iPad Pro versus Surface, apesar de o crescente número de aplicações em Cloud caminhar para tornar irrelevante qual o sistema operativo a partir do qual são acedidas.
Por último, nesta comparação surge o fator preço. Não se conhecendo ainda o preço para a Europa, o iPad Pro será nos EUA ( disponível em Novembro) de 1079 $USD na versão 128GB com 4G, mais barato que o Macbook Air e muito em linha com o preço do Surface Pro 3, também de 128GB.
Sim, também foram lançados novos iPhones
O lançamento do novo tablet da Apple quase ofuscou os novos iPhones 6S.
Em parte porque já se sabia e se escreveu muito sobre eles , e em parte porque as serie “S” dos iPhones são encaradas apenas como upgrades das versões iniciais.
Os novos iPhone 6S prometem uma velocidade superior em 70% e ecrã sensivel à variação na pressão do toque.
Como já era “vox populi”, a grande diferença para o utilizador será o Force Touch, o sensor de pressão tátil que permitirá desenvolver aplicações que reagem não só ao toque no ecrã como à pressão que aplicamos. Do lado das aplicações da própria Apple, em programas como o email ou as mensagens, Photo Maps entre outros, acesso a novos menus e shortcuts acontecem quando mudamos a pressão do dedo, o que torna mais rápido o acesso as opções e usabilidade. Mas serão aplicações de terceiros , como jogos , que podem levar mais longe esta nova função Touch 3D. Com a chegada do processador A9 e do co-processador M9 (motion 9) vem maior capacidade de processamento, 70% mais rápido que o A8, chegando a 90% quando a comparação é sobre a capacidade gráfica. O chassi foi reforçado, o que era esperado devido à embaraçosa tendência do iPhone 6 Plus se adaptar ao formato do bolso traseiro das calças (bend-gate). A máquina fotográfica só poderia ser melhor, porque toda a concorrência premium já tinha maior resolução. Agora ela pode fazer 4k UHD com os 12 megapixels, indispensáveis a este formato. Selfies são agora de 5 megapixels. A disponibilidade para Portugal não foi ainda anunciada, mas se é proprietário de um iPhone 6 da primeira série, não usa o smartphone no bolso das calças, nem tem onde ver vídeos de 4K UHD, talvez seja sensato saltar esta versão ou, com um pouco mais de esforço, comprar logo que disponível o iPad Pro.
Apple TV A Apple TV nunca teve sucesso em Portugal, em parte porque a oferta disponível nos serviços premium dos operadores nacionais é boa, em parte porque o iTunes Store quase não tem conteúdos com legendas na nossa língua. Mas a Apple TV é mais que uma setup box, é a ligação na nossa sala aos nossos próprios conteúdos, como música , fotografias ou vídeo. Mas a Apple quer ir mais longe e na visão de Tim Cook - "the future of television is apps".
A TVOS App Store pretende fazer pela Apple TV o que o iTunes Store fez pelo iPhone. Relativamente ao hardware, a 4ª geração da Apple TV equipada com o processador A8 representa uma evolução importante sobre um equipamento que não conhecia há muito tempo qualquer alteração. A assistente pessoal Siri entra na Apple TV para uma navegação mais simples.
Outros lançamentos Além do iPad Mini 4, também apresentado, a Apple revelou como esperado a segunda versão do Watch OS, num ecossistema que já tem 10.000 apps. O Watch OS2 vem com um conjunto de novidades, especialmente as que permitem aos developers externos usar um nível de controlo do equipamento até aqui restrito.
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