Empresas terão de conseguir dominar duas dimensões de mobilidade até 2018

Daqui a dois anos, 25% das novas apps móveis deverão conectar-se com dispositivos de IoT, o que, em conjunto com o facto haver cada vez mais convergência entre pessoas e dispositivos leva a que as empresas tenham a necessidade de estar atentas e preparadas para uma nova era

Empresas terão de conseguir dominar duas dimensões de mobilidade até 2018

De acordo com a Gartner, os CIOs e os líderes de IT vão ter de dominar a mobilidade atual para conseguirem preparar as suas organizações para a era "pós-app".

"O futuro do mobile trará serviços omnipresentes entregues em qualquer local, por qualquer pessoa ou por algo, para qualquer pessoa ou 'coisa'", comenta David Willis, vice-president and distinguished analyst, Gartner. "Enquanto os utilizadores estão constantemente a olhar para experiências de aplicações novas e convincentes, a importância das apps oferecerem serviços irá decrescer e a emergência de assistentes pessoais virtuais (virtual personal assistantes-VPAs) e de robôs deverá substituir algumas das funções que as apps têm atualmente. Abordagens alternativas à interação e entrega de serviços deverão surgir, e o código deverá mover-se dos dispositivos móveis tradicionais e de apps para a cloud".


Mobilidade? "Business as Usual"

A Gartner prevê que este ano cerca de 2.37 mil milhões de dispositivos (PCs, tablets, ultramobiles e telemóveis) sejam comercializados, e que haja 293 milhões de wearables vendidos. Os números sobem pouco em 2017 para os dispositivos, com previsão de que sejam vendidos 2.38 mil milhões, enquanto para os wearables a subida é mais significativa: deverão ser vendidos 342 milhões.

Para David Willis, o paradigma da mobilidade alterou-se "dramaticamente" nos últimos anos. "O mobile já não é uma tecnologia nova, mas sim 'business as usual' para a maioria das empresas". Dispositivos como smartphones, tablets, Pcs portáteis e wearables são já omnipresentes no ambiente empresarial, tendo reinventado a forma como todos nós interagimos e trabalhamos.

Para a Gartner faz todo o sentido que continue a haver o Bring Your Own Device, mas agora associado ao Bring Your Own Application, tornando-se, estas duas políticas, uma norma transversal a todas as empresas, estima a analista.

"O aparecimento dos wearables e do Bring Your Own 'Thing' (tal como smart kettles, smart power sockets ou smart light bulbs) no local de trabalho irá introduzir novas técnicas de interação e novas plataformas, diluindo a necessidade de experiências específicas com apps", sublinha David Willis.

Durante os próximos anos, a Gartner não prevê que haja inovações significativas no campo dos smartphones enquanto equipamentos. As inovações vão centrar-se na forma como comunicamos. Em dois anos, a analista estima que 25% das novas apps móveis deverão conectar-se com dispositivos de IoT. As apps tomam especial importância no campo da IoT uma vez que, para existir comunicação entre os dispositivos de IoT e os smartphones, é fundamental existir uma app intermediária. "Em 2018 as apps serão o mecanismo por excelência, uma vez que facultam uma melhor experiência e permitem interacções mais sofisticadas e análise de dados, com um processamento e networking low-level", estima o analista.

A era "pós-app"

Segundo a Gartner, as apps serão ameaçadas por diversas tendências que juntas formarão a, denominada pela analista, era pós-app.

As novas forma de interação deverão trazer consigo serviços que se disseminarão de forma bastante rápida e tecnologias emergentes- inteligência artificial, processamento de linguagem natural e bots integrados em apps de mensagens, que abrirão novas oportunidades a nível de interação com os consumidores.

Isto já não é nada de novo: as empresas têm vindo a apostar num modelo em que os colaboradores podem entrar diretamente em contacto com as organizações por mensagem, sendo as respostas enviadas por um robe que se encontra "do outro lado". Isto significa que em vez dos colaboradores terem de preencher um documento limitado, entram diretamente em contacto com a organização e recebem as respostas em tempo real, respostas essas que são baseadas em regras e no conhecimento do sistema.

A Gartner prevê que tal se tornará numa tendência em várias áreas onde a interação com o cliente é necessária, desde marketing a vendas.

"A era pós-app será um processo evolutivo de 2020 em diante", salienta David Willis. "Contudo, já começou, e as organizações devem preparar-se para ela ao serem ágeis e estrategas, planeando ter novas competências, acedendo às novas oportunidades criadas pela era pós-app, e desenvolvendo uma estratégia de negócio digital que se integre com diferentes tecnologias".

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