Apesar dos benefícios para o PIB português, a rápida adoção da inteligência artificial generativa pode impactar negativamente a força de trabalho, exigindo tanto requalificação quanto realocação
O relatório mais recente da McKinsey & Company, intitulado ‘Future of Work – Automação e GenAI’, demonstra que a automação por meio da Inteligência Artificial (IA) generativa já é uma realidade e terá um impacto significativo nas tarefas atuais. De acordo com o relatório, a adoção dessas tecnologias é crucial para a economia portuguesa, pois Portugal tem uma produtividade que contribui apenas 0,6% para o PIB, muito abaixo da média da União Europeia. Uma adoção rápida dessas tecnologias pode resultar em um aumento anual de 2,7 pontos percentuais no crescimento do PIB, enquanto uma adoção mais lenta pode ter um impacto negativo de 0,2% no crescimento do PIB. O impacto na produtividade depende de um esforço estrutural para garantir a realocação da força de trabalho. Até 2030, uma rápida adoção da IA generativa pode afetar cerca de 30% do mercado de trabalho, exigindo a realocação de aproximadamente 320 mil pessoas. A falta de políticas de requalificação e realocação pode ter um impacto negativo no crescimento do PIB e aumentar o desemprego. “A rapidez da adoção é fundamental. As tecnologias de automação e de inteligência artificial são inevitáveis e tanto as empresas do setor publico como as do setor privado vão tê-las à disposição. A questão que se coloca é a rapidez com que serão adotadas”, afirma Duarte Beginha, sócio da McKinsey, em comunicado. “É necessário uma consciencialização de todos os agentes para o impacto que estas tecnologias vao ter nas suas atividades e garantir os meios necessários para a sua implementação, nomeadamente, a inclusão nos processos das empresas, a formação dos diferentes colaboradores e uma mudança de mentalidades”. |