Posição estratégica de Lisboa reforça potencial de expansão do mercado de data centers em Portugal

Relatório revela que em Lisboa, o mercado está ainda numa fase inicial na capacidade real. No entanto, a capacidade de construção e planeamento está a expandir-se rapidamente

Posição estratégica de Lisboa reforça potencial de expansão do mercado de data centers em Portugal

Dados do relatório da Cushman & Wakefield, que acompanhou 32 mercados de data center na EMEA, revelam que a capacidade operacional na região cresceu 9% em termos anuais e 16% a nível de pipeline no mesmo período.

O relatório, que compara a maturidade atual e o potencial de crescimento nos próximos dez anos, fornece detalhes sobre o panorama do mercado de data center em Portugal. Em Lisboa, os indicadores revelam que o mercado está ainda numa fase inicial em termos de capacidade real, ainda que a capacidade de pipeline esteja a expandir-se rapidamente.

“Portugal dispõe de terrenos em zonas industriais estratégicas, ideais para novos projetos de data centers, e uma robusta capacidade de produção de energias renováveis. Atualmente, mais de 70% da eletricidade do país é gerada a partir de fontes renováveis, posicionando-nos como líderes na produção deste tipo de energia. No entanto, devemos de ter em conta, que nem todos os terrenos possuem cobertura troncal de fibra escura, o que faz com que algumas localizações ainda não estejam totalmente preparadas para estas fábricas digitais do futuro”, afirma Sérgio Nunes, Head of Industrial, Logistics & Land, Portugal.

A capacidade ativa situa-se atualmente em 15MW, com Lisboa a gozar de uma posição estratégica, perto dos principais cabos submarinos, o que reforça o papel da capital portuguesa na conetividade à rede global.

Para além da AtlasEdge e da Merlin Properties, que têm centros de dados em construção, o projeto da Start Campus em Sines, no valor de 8,5 mil milhões de euros, pretende tornar-se o maior local de colocation da Europa, com uma capacidade de 1,2 GW, alimentada por energia renovável.

Mercados emergentes captam atenção dos operadores

Os mercados consolidados de Frankfurt, Londres, Amesterdão, Paris e Dublin continuam a dominar, representando mais de 47% da capacidade operacional dos data centers na região EMEA e mais de 50% das capacidades em construção e planeadas em conjunto. No entanto, os operadores começam agora a deslocar-se para mercados emergentes, como é o caso de Helsínquia, que atingiu uma capacidade total de 594 MW até ao final de 2024. A capital finlandesa, assim como Madrid, Abu Dhabi, Dubai, Oslo, Joanesburgo, Cardiff-Newport e Berlim representam cerca de 13% da capacidade operacional total da região EMEA. Em conjunto, têm 1.244MW de capacidade ativa e estão em vias de mais do que duplicar a sua dimensão se a reserva de desenvolvimento (2.180MW) for construída nos próximos anos. 

Lisboa, em conjunto com outras cidades como Viena, Lagos, Barcelona, Riade, Bruxelas, Munique, Istambul, Saragoça, Marselha, Atenas, encontram-se numa fase inicial de desenvolvimento, mas com condições empresariais suficientemente atrativas e favoráveis. Em conjunto, representam menos de 6,5% da capacidade operacional total (608 MW) na região EMEA.

Andrew Fray, Diretor de Centros de Dados EMEA da Cushman & Wakefield, considera que “a maioria dos mercados de centros de dados continua a enfrentar desafios significativos, incluindo a disponibilidade limitada de terrenos, restrições de energia e regulamentos rigorosos de sustentabilidade, o que está a ter um impacto nos custos, prazos e incerteza significativa no investimento, tanto para os operadores como para os investidores”.

O estudo conclui também que, independentemente da origem da procura, o processamento de dados de IA tem lugar em centros de dados. Os mercados mais “potentes” da região representam quase 6 GW da oferta em pipeline, alimentando o amplo crescimento do mercado em toda a região, e a atividade de construção deverá duplicar as capacidades atuais. 

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