Passaram já dez anos desde o lançamento oficial da Amazon Web Services—e, ao longo dessa década, a cloud evoluiu de um conceito “over-hyped” para uma realidade no mundo dos negócios.
Hoje em dia, IT on-demand é usado de variadíssimas formas por todos os tipos de organizações e de todas as dimensões. Mas o que trará o futuro? Podemos fazer uma análise do atual mercado para serviços on-demand para prever de que modo as organizações irão utilizar a cloud em 2020.
Quão vasto é, na verdade, o mercado cloud?
A estimativas atuais apontam para que o mercado de infrastructure-as-a-service (IaaS) mais o mercado de platform-as-a-service (PaaS) ronde os $13 billion dollars anuais (11,7 mil milhões de euros).
Pode parecer significativo, mas o capital investido na cloud, por empresas, é pequeno comparado com o investimento total em tecnologia, globalmente. Pondo este número em perspetiva, existem algumas grandes instituições (poucas) que, individualmente, têm um orçamento anual para TI não muito longe desse valor.
Para comparar o investimento em IaaS + PaaS com o investimento total em TI, globalmente, e utilizando os dados da Gartner sobre 2015 que indica o valor de $2.69 trillion dollars (2,44 biliões de euros) estamos na verdade a falar de uma parte muito pequena do "bolo" total.
Esta comparação é importante para quem acredita que estamos perto do ponto de maturidade do negócio do IT on demand.
Independentemente da maneira pela qual os especialistas escolhem interpretar os números, é incontestável que algo de crucial está a acontecer relativamente à forma como os “CxOs” vão investir em tecnologia.
Mas esta época dourada onde se compra cloud a preços cada vez mais baixos não irá durar para sempre.
Numa primeira ánalise, o nível de concorrência, a quantidade de empresas fornecedoras e os baixos preços envolvidos podem levar a concluir que os providers de cloud estão envolvidos numa corrida para “baixo”, tornando a cloud numa simples commodity indiferenciada.
Esta interpretação é errónea. Os fornecedores estão na verdade numa corrida para o “topo”. Os principais providers estão a tentar atrair utilizadores para os seus serviços premium o mais rapidamente possível.
E existem também algumas grandes mudanças no futuro do mercado que podem explicar por que o fim dos dias da cloud barata podem estar perto: à medida que gigantes como a Google, a Amazon e a Microsoft se afastam do resto do mercado, os outros providers vão ter dificuldades em responder e possivelmente vão desaparecer ou migrar para serviços de maior valor acrescentado.
Nesse sentido, os system integrators têm a possibilidade de mudar a sua abordagem e começar a apresentar ofertas especializados, em particular relativamente à prestação de serviços de gestão do IT.
Até 2020, estas empresas altamente especializadas virão a oferecer serviços que ajudam CIOs a gerir o largo expectro de aplicações usadas on-demand e a segurança envolvida nas mesmas.
Por enquanto, o envolvimento com a cloud requer ainda alguma coragem, e os CIOs, em especial aqueles em industrias altamente regulamentadas, irão requerer uma cloud desprovida de riscos e convenientemente acondicionada pelo fim desta década.
Mudar a maneira como as organizações funcionam, agora e no futuro
Existe um consenso por parte dos analistas que a maioria dos executivos sénior ainda encara a cloud como parte de uma abordagem mista, com vários elementos que devem ser mantidos em uso, e quanto maior a percepção do valor da informação menos dados um CIO está disposto a por “fora de casa”.
Dados recentemente publicados pela Verizon ( que é o maior telecom nos Estados Unidos) apontam agora para um crescimento da cloud híbrida superior ao modelo “puro “ de cloud, como resposta de muitos CIOs não só ao legacy que dispõe, mas também as suas inquietações sobre a “terceirização” total da informação.
Mas a tendência, independentemente da indústria, é a de colocar cada vez mais informação na cloud, pública, híbrida ou privada, e verificar cada vez mais negócios a moverem-se online nos próximos anos.
Clouds diferentes para organizações diferentes.
O uso da cloud difere muito entre organizações mais recentes que nasceram com a cloud no seu modelo, e aquelas que têm de trabalhar para deixar para trás o legacy das operações on-premise, mas o ponto mais importante, é talvez que as discussões de casos de melhor aproveitamento para a cloud estão a evoluir para lá de noções limitantes de redução de custos para um novo patamar de maturidade digital caracterizado por decisões sobre agilidade e resposta as oportunidades do negócio.
À medida que o uso de IT on-demand se desenvolve, é crucial ter em mente que a cloud é simplesmente um de muitos componentes essenciais para a transformação digital.
Os CIOs mais “astutos” irão fazer uso de uma série de tecnologias interrelacionadas, como a analítica, a automação e a Cloud Híbirda, para mudar o modo como as suas organizações operam.
A chave será a capacidade por parte dos providers de criar abordagens integradas, oferecendo a cada CIO ferramentas plug-and-play transformativas que permitam a adaptação da sua empresa a cada necessidade que se apresente.
O segredo está na ubiquidade
A cloud já se tornou numa de tecnologia de serviços aceite em muitas empresas como um grande impulsionador de agilidade e produtividade, de onde se pode concluir que IT on demand se virá a tornar um elemento fundamental em serviços de tecnologias transformativas.
Existem preocupações válidas, mas muitas foram já abordadas pelos principais providers, e em geral as empresas estão muito mais confiantes no que toca a tornarem-se on-demand.
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